quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Crianças sem sonhos...


Hoje em dia, as crianças têm um papel mais importante na vida "social", no seio familiar, para um pais, do que tinha antes do fim do século 18. Pelo qe vi num documentário francês sobre a criança.

A importância da criança para o país, a longo prazo, e a compreensão de que cada criança é importante e não deve ser rejeitada, que deve ter educação, uma boa alimentação e saudável, "começou" na Inglaterra numa altura em que não havia rapazes para combater na guerra. Esta transformação da visão que as pessoas tinham sobre as crianças, alterou-se quase repentina-me. Fábricas começaram a surgir para criar brinquedos, roupas. Se as crianças fossem saudáveis e vivessem mais tempo, significa que haveria mais soldados prontos a combater. Na altura em cada 10 crianças, 9 não chegavam à idade adulta.
Foi necessário esta mudança para que a criança tivesse um significado profundo para o futuro do país. A criança tinha agora uma família, e era importante. O seu futuro era importante.

A igreja foi a primeira a denegrir os actos de "poligamia", filhos ilegítimos e bastardos. Tudo o que não provinha de um casal de duas pessoas, era considerado algo terrível. Essa ideia dos casamentos monogâmicos, só surgiu perto dos finais do século 12, onde as igrejas se começaram a fartar de ver tantas crianças entrar nas igrejas, deixadas ao abandono.
A relação entre pais e filhos nessa altura era fria, sem amor e carinho. Os bebés morriam prematuramente, e em cada 8 crianças que uma mulher pudesse ter, apenas 4 deles, com muita dificuldade, conseguiam chegar à adolescência. Não só devido às doenças, mas também à falta de dinheiro, de comida para puder sustentar.

Na roma não havia quartos, nem portas. Comiam todos juntos, não havia mesas separadas. Faziam as necessidades todos juntos, fazem sexo todos juntos, e dormiam todos juntos. Não existia a palavra vergonha. Tudo se fazia sem pudor.

Também é importante referir que Napoleão Bonaparte, foi um dos principais "criadores" das educação obrigatória. Todas as crianças deviam ser alfabetizadas, irem à escola. Criou o sistema "nacional" de saúde como hoje o conhecemos, todos têm direito à vacinação. Implementou um sistema de canalização, para que todas as pessoas tivessem direito à higiéne. Não foi um monstro, foi um revolucionário. Odiava a sujidade.

Hoje as crianças são educadas para serem formadas, terem um curso universitário. Não nego a escolaridade obrigatória até ao 12º ano, mas sermos quase que obrigados pela sociedade, pais, amigos, familiares, vizinhos, revistas, músicas, filmes e televisão, a tornar-mo-nos em doutores, e engenheiros, torna a nossa existência, a existência do ser humano, numa brincadeira para com as nossas capacidades únicas como seres inteligentes e curiosos que somos por natureza.


Estamos a esmagar a criatividade e a originalidade que todos temos, porque o que nos ensinam na escola, única e exclusivamente, é: "Se errares, se não estudares, nunca vais ser ninguém na vida!", "Errar é errado e deves ter medo!".

O que nós, pais e professores, devemos fazer é precisamente o contrário! Devemos ensinar aos nossos filhos que errar é apenas mais um processo de aprendizagem. E não estou a falar do fazer algo errado como roubar, matar, bater, insultar... Falo de que não devem ter medo de cair, nem de ter vergonha por dizerem algo. Que não devem ter medo de errar a uma conta, a ler, a escrever, a Aprender. Não se deve dizer que é errado interpretar algo de uma forma totalmente diferente da que os próprios professores ensinam. Óbvio que ajuda à percepção, mas até eu às vezes tenho algumas dificuldades. Não é errado brincar com bonecas, com carros, com camiões. Não é errado nem devem ter medo de chorar, de desabafar, de serem diferentes! E do que a sociedade se aproveita, é da "facilidade" com que as crianças são influenciadas, pois tudo à sua volta lhes diz o que devem fazer, como fazer, o que dizer, como serem, como agir, como escrever, o que escrever, o que dançar, o que não dançar, para criarem grupos de crianças às quais consigam vender. As modas das roupas são o melhor caso, e o pior deles todos! A moda da música, demonstra que o cérebro das crianças não evolui segundo elas mesmas, mas segundo a maneira que as empresas querem que cresça. As crianças de hoje são controláveis!! E isso é um perigo!

Acabou-se com a diversidade de habilidades que cada pessoa tem, para só se aceitar na sociedade pessoas com capacidades "normais" e que estejam dentro dos paramentos normais de um país/empresa. Dá-se tão poucos créditos aos cientistas, aos fisicos, aos filósofos, inventores, camionistas, pedreiros, electricistas, mulheres a dias, empregados de mesa, empregados de balcão, linguistas, tradutores, controladores de tráfego, escritores.... pessoas muito mais importantes do que aqueles estudantes que acabam de sair quentinhos da universidade!! Porque quem lhes limpa as sanitas, são pessoas importantes, quem lhes fez a casa, quem faz a instalação eléctrica, que limpa as ruas, quem lhes diz o que tomar para a dor de cabeça ou para as dores de garganta, se calhar, e muito provavelmente, é muito, e são, muito mais importantes do que um engenheiro. E no fim de tudo, tudo se conjuga, mas quem fica com os louros todos, são aquelas ovelhas, padronizadas e moldadas à sociedade de hoje.

Nós estudamos para termos um emprego, trabalhos para ter dinheiro, temos dinheiro para comprar comida, compramos comida para sobreviver! A nossa "vida" perfeita como a desenhamos, toda esta sociedade, este consumismo, modas, e publicidade são apenas e só, uma maneira de nos controlarem enquanto população, e para nos entreterem o cérebro. Todos os dias somos bombardeados com publicidade para comprar isto e aquilo. Nós vivemos para trabalhar! E trabalhamos para sobreviver!

E o que devia ser feito, era cortar em todos os impostos que existem, e tudo o que se quisesse-se criar, construir, adquirir, inventar, fazia-se! Sem se pagar um tostão! E se essa prática existisse em todo o mundo, acreditem que à mais de 100 anos que estaríamos tecnologicamente e medicamente mais avançados. Mas é por sermos controlado por todo um conjunto de factores, desde o dinheiro à ideia que "auto-satisfação" que nos impingiram ao logo dos vários anos da nossa vida, somos meras ovelhas que apenas se podem tornar diferentes sem muito exagero, ou sem sair muito do carreiro.
O que estamos a fazer neste momento, é a criar crianças sem qualquer tipo de felicidade. Crianças sem originalidade ou talento, sem criatividade. E isso é um problema grave para o futuro das nossas gerações, pois perdemos tudo aquilo que nos define como humanos. A criatividade.

Precisamos de reestruturar a educação que existe nas escolas. Introduzir a dança, as artes, a música. Digo isto porque na minha altura tudo parecia durar pouco tempo. A música devia fazer parte do infantário, Mozart, Beethoven, entre muitos músicos. Ouvirem histórias ao som de alguma música, ouvirem poemas e incutir-lhes a leitura desde cedo, tal como a dança deveria ser algo natural e não programado para qualquer que fosse o dia da semana. A música devia ser algo natural, estar presente nas brincadeiras. Dar e criar espaço para que as crianças possam voar.
Deixarem folhas e lápis de cores disponíveis, deixarem instrumentos de música e puzzles. Iriam fazer barulho?! Iria parecer que tinham começado uma revolução ou estoirado alguma guerra, mas seria importante que fossem livres! Porque não é o barulho que os vai fazer ficar surdos ou desrespeitadores, é a falta dessa liberdade que cria pessoas frustradas, stressadas, infelizes com as escolhas das suas vidas. Toda a criança é um terreno fértil para cultivar e manter em máximos cuidados. É importante também dizer, que se deve "sempre" incentivar a criança a ser autónoma e auto didáctica. Que por auto-recriação queira aprender, conhecer mais, ir mais longe, subir ou descer um monte de areia, sem medos, sem receios. Todas devem ter o direito, a liberdade e a disponibilidade de poderem crescer com todas e quaisquer influencias. Porque nem todas têm a disponibilidade de crescerem por falta de pais em casa ou de uma entidade que saiba e compreenda o que é ser criança, e o que é cuidar de uma mente tão jovem e entusiasmada como a de uma criança... é um assunto que deve ser levado a sério, e algo que não deve ser posto de lado até à altura do parto. Todo e qualquer pai, deve ter a consciencia de que para um filho ser e permanecer "humano", feliz e capaz de se compreender a ele a ao mundo que o rodeia, é necessário muito mais do que apenas carinhos, é necessário estar presente, e dar-lhe o maior número de experiências que ele conseguir compreender e perceber. Um bebé não compreende uma paisagem, mas é importante sair com ele e mostrar-lhe, e atenção!, expo-lo aos sentimentos dos próprios pais. Permitir que os bebés explorem o som da natureza, do vento, das folhas, das árvores. Proporcionar-lhes um local, em casa, ou fora dela, de aprendizagem.

O cheiro influencia, a música de fundo influencia, as emoções dos pais influencia, as cores, os brinquedos, os sons, o calor, o frio de uma divisão, a presença dos pais na mesma sala onde brinca ou dorme o bebé. As histórias de dormir, a alimentação, os banhos, os tpc's, os amigos, os animais domésticos, os tapetes, o chão de tacos ou de azulejo, a banheira, a roupa e o cheiro do champô... tudo influencia a mente de uma criança. Não podemos que tudo se realize como idealizamos, mas podemos ajudar os nossos filhos a serem mais felizes, inteligentes, educados e capazes de concretizar os seus sonhos.

Um grande problema que as crianças enfrentam hoje na nossa sociedade, é o tempo. A falta dele para ser mais concreto. Hoje em dia, as crianças não têm tempo para serem crianças! Depois da escola vão para ATL's onde fazem os deveres, e não têm muito tempo para brincar. Têm actividades. Têm espaço para brincar, mas será o espaço mais adequado? Lá! Nos ATL's, todas são educadas e ensinadas da mesma maneira, mas não com o mesmo tempo. Não existe um espaço onde a criança possa realmente brincar, aprender ou desenhar e até mesmo comer ao tempo dela. Não digo que não se deva puxar mais por alguém, mas faltar-lhe com as ajudas é que não!
-- "Ou és como os outros... ou és um inadaptável que vai ter problemas para o resto da vida!"
É isto que ensinam! É isto que dizem às nossas crianças! E isso é um problema muito grave!
Porque para além dos ATL's para lhes ocupar o tempo "livre", aos fins de semanas, os pais colocam-nos nos mesmos ATL's, ao cuidado de avós, ou em actividades como os escuteiros, catequese, igreja, futeboll, etc etc... quando se calhar, o que deviam fazer com os seus filhos era ir passear, ainda que alguns pais não possam, passear pelo parque, castelos, monumentos, algo lúdico e educativo! Os escuteiros também ensinam muita coisa, mas num local onde se usa uniforme, para além de introduzirem a "disciplina" e a "ordem" nestas crianças desde cedo, obrigam-nas a serem iguais às outras.

Neste pais, as próprias crianças, chegam ao ponto de se preocuparem com as roupas umas das outras, como referi num texto anteriormente. A sociedade ainda não compreendeu a necessidade real que as crianças têm para o futuro de tudo. Quer dos próprios pais, quer do país e do mundo!
É importante haver diversidade de talentos, é fundamental abrir-lhes os horizontes. Se todos fossemos para médicos, não haveria casas, se todos fossemos para economia, informática, gestão empresarial, psicologia, contabilistas ou advocacia, não haveria músicos, dançarinos, escritores, não haveria filmes, realizadores, editores de imagem, de som, fotógrafos, cientistas, físicos, biólogos, e os edifícios antigos não ficariam de pé, se não houvessem , não compreenderíamos a nossa história sem os historiadores. Não haveria pratos onde comer ou fazer o comer, se não existissem escultores, não haveria colheres, facas, nem revistas... não haveria roupa diferente sem designers de roupa.

Hoje em dia, não haveria fraldas descartáveis se não tivéssemos ido ao espaço. Não haveria telefones sem satélites.

É importante haver diversidade. É importante dar às nossas crianças a melhor educação e também prepará-las para a o "mundo lá fora". Mostrares-lhes de que podem seguir o sonho delas sem se sentirem pressionas por barreiras ou medos.

Uma criança sem sonhos, é uma criança sem futuro e sem vida. Uma criança com medos e incertezas, é uma criança que desconhece o que é ser feliz e viver feliz.

Nós criamos bebés! Não criamos adultos!
Nós ensinamos crianças! Não criamos engenheiros!
Porque quando alguém segue para a universidade, essa pessoa está a seguir um sonho pessoal e não uma obrigação de estatuto pessoal imposta pela sociedade. Ou pelo menos assim devia ser.

Sem liberdade não há grandes génios. E a liberdade, como já foi referida, é algo muito importante em ter em conta quando introduzirmos as mentes das nossas crianças à diversidade de experiências, quer sejam físicas, olfactivas, visuais, auditivas ou paladar que a natureza nos proporciona.

Nós não somos o "mundo", apenas vivemos na natureza, em caixas de betão...


To me, human communities depend upon a diversity of talent, not a singular conception of ability.
"A three year-old is not half a six year-old." They're three.

by Ken Robinson
Fonte: [link]

Ver:
http://www.ted.com/talks/elizabeth_gilbert_on_genius.html
http://www.ted.com/talks/ken_robinson_says_schools_kill_creativity.html
http://www.ted.com/talks/janet_echelman.html
http://www.ted.com/talks/sir_ken_robinson_bring_on_the_revolution.html

http://apluschildrensbooks.com/2011/12/15/tips-reading-childrens-books-aloud-interesting/
http://www.theupbeatdad.com/

8 comentários:

  1. Sim, vamos dar liberdade total às crianças, e não influenciá-las a tirar um curso...
    isso é tudo muito bonito de se dizer..mas criamos então falhados? sem-abrigos?temos de educar as crianças a estudar, a querer saber mais, equilibradamente, e não a dar-lhes liberdade a mais para "ser e fazer o que bem lhes apetece".
    Porque no mundo de hoje em dia, principalmente em Portugal, sem um curso pouco se faz, e não se consegue ser "alguém" na vida, por muito o que digas seja verdade e bonito, a realidade não funciona assim. E uma criança chega a uma certa altura em que sabe pensar, e decidir por si própria. a culpa não é necessariamente sempre dos pais.
    mas gostei do texto :)

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  2. Acho que não percebes-te muito bem a ideia.

    Eu não digo para não lhes ensinar as regras, ou a viver de acordo com as leis, não disse nada disso! O que eu disse, ou tentei dizer, foi de que a criança, de hoje, deve aprender e enriquecer-se de varias maneiras, e não das maneira como vêm nas novelas, livros de fantasia, filmes, músicas e etc...

    Não disse para criarmos falhados, mas sim crianças com sonhos, com imaginação, sem medos. A educação com regras é fundamental, e é-o muito!

    E quanto ao facto de a realidade em portugal não ser assim, devia-o ser! E não o é sabes porquê!? Porque os velhos são quem manda! São quem influencia as mentes das crianças, e que lhes diz que um homem não deve chorar, que uma criança deve ser médica e não bombeira! Porque se o país fosse um local funcional e 100% eficaz, acredita que qualquer pessoa podia ser o que quisesse ser, desde de que mostrasse resultados. O pior, é que num mundo civilizado, existem tantos milhões de pessoas, que os locais de trabalho ficam lotados, e as boas empresas vivem de boas ideias. É uma sociedade de consumismo.

    As crianças, desde tenra idade, devem ser incentivadas à imaginação e à exploração. Nunca disse para as deixarem serem monstrinhos só para as deixarem fazer tudo. Acho que todos temos a consciência do que é benéfico e o que não é.

    Resumindo, as crianças para serem mais inteligentes, capazes, maduras e imaginativas, devem ter espaço e possibilidades para o ser. Devem ser incentivas, um pai sentar-se e ler um livro, dançar, escrever, ler, pintar, montar um puzzle... tudo parece muito "perda de tempo", mas é importa que a criança desenvolva capacidades desde o inicio, se não acabam mesmo falhados e mendigos, que nunca tiveram sonhos ou que os realizaram. Ir à escola e estudar/aprender através dela, é o melhor método que temos para lhes mostrar o mundo, e nós pais temos de lhes mostrar o que elas poderão fazer com o seu DOM e fazer disso a vida delas.

    Há pessoas que são boas a pintar, a escrever, a tirar fotografias, a traduzir, a preparar uma festa, a atender ao balcão, a arranjar canos, sapatos, etc etc.

    Essas pessoas também são importantes! Não são só os que a sociedade impinge.

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  3. E eu também não neguei as crianças devem ter sonhos. mas daí a serem livres totalmente, desprezarem os estudos e tornarem-se falhados...
    é óbvio que devem ser incentivadas à imaginação. só tentei dizer que, apesar de isso ser tudo muito bonito, os estudos não podem ser desprezados, porque sejamos realistas, quem não tiver um curso não se safa!!
    os bombeiros são precisos, mas irás incentivar o teu filho a sê-lo? duvido. porque se for médico ganhará muito mais, e terá muito maior estabilidade. e nao é por se ser médico, ou se tirar 2 ou 3 cursos que a nossa imaginação fica limitada. eu própria fui incentivada a estudar muito e a aplicar-me e não foi por isso que deixei de fazer puzzles, ou de ver documentários.
    acho que se pode conjugar tudo de maneira equilibrada, nem 8 nem 80.

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  4. e não te preocupes tanto com a sociedade...
    se ainda há pessoas que pensam assim (como tu), o mundo não está f***** de todo.
    preocupa-te em realizar isso na prática, com os teus filhos, e com a tua vida ;)

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  5. A imaginação pode não ficar limitada por isso, mas ficará "limitada", a própria criança poderá não se conseguir expressar como outras crianças normais. Falo de uma educação deficiente, pois acho que as crianças aprendem com o tempo, mas os pais devem ter cuidado com a maneira em como os ensinam. As coisas mais pequeninas são as que marcam.

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  6. Repito e volto a dizer a minha opinião: é possível a conjugação desses dois factores uma maneira equilibrada e saudável.

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  7. Pensemos com clareza.
    A sociedade dos nossos dias limita-se a dois factores: ou preto ou branco, o resto da paleta cromática esfuma-se.
    Se por um lado temos a classe baixa que não quer saber minimamente do futuro dos seus filhos, por outro lado temos a classe media alta que impinge aos seus filhos modos de vida enraizados em torno do dinheiro.
    Se perguntar a uma criança da classe baixa o que quer ser quando for grande ela responde :" Eu quero receber o rendimento mínimo como o meu pai e a minha mãe", se a mesma pergunta for feita a uma criança da classe media alta ela responde "eu quero ser medico, para ser rico e ter muito dinheiro". E uma pessoa a ouvir isto quem tiver o minimo de raciocinio pensa" mas o que passa pela cabeça destes putos?.
    Esta é a realidade, a mais fria e crua.

    As crianças tem que ser indicadas para estudar é óbvio, o estudo é importante. Agora a questão do ensino nos nossos dias é um tanto ou quanto estilizado. Os professores tem regras tem que comprir, tem uma certa matéria para dar num mês e têm que dar, quem perceber percebe quem não perceber fica para trás (isto a partir do 5ano).
    Os próprios professores seleccionam os alunos. Um aluno é muito bom a matemática o outro gosta da matemática mas tem um raciocínio mais lento. Automaticamente o professor encarrega-se de explorar os conhecimentos do aluno que tem mais facilidade na matemática, e porque não investir nos dois?
    Os meus pais não têm estudos superiores e a minha mãe sempre me incentivou ao estudo.Ela queria que eu seguisse um curso superior como enfermeira. Mas escolhi artes e não me reteve. Quem me conhecia disse "vais para artes? para a escola dos malucos, dos desgraçados e daqueles esquisitos? do que vais viver? a vender quadros nas ruas?" Não me considero esquisita mas diferente, qual é o mal de apreciar Van Gogh, Gauguin, Dali, Botticelli, Da vinci, Picasso e muitos mais e tentar aprender com eles. Só por ai vi que os meus supostos colegas descriminavam o ser "artista". Na verdade não me arrependo aprendi muito alarguei os meus horizontes. Mas não segui com artes por muito amor que tenha, sentia-me vazia porque sendo uma parte de mim havia uma outra que prevalecia...Desde a infância que admiro os animais em especial o gado e cavalos. E na mesma me dizem queres ser veterinaria? isso não dá dinheiro nenhum. Pode dar, eu preciso de dinheiro mas também preciso ser feliz, e ajudar animais conviver com eles faz parte de mim.
    ...

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  8. Não sou veterinária mas espero algum dia conseguir, nunca é tarde apesar de vários factores.
    Acho que uma pessoa pode ganhar dinheiro de forma honesta e de forma que dê para sobreviver se trabalhar no que mais gosta e que lhe der mais paixão. Uma pessoa que trabalha com base no dinheiro será infeliz e poderá eventualmente trabalhar de contra a vontade e fazer um péssimo trabalho, tirando ate talvez emprego a quem realmente gostaria de ocupar esse lugar porque realmente gosta. Essas pessoas que se movem pelo dinheiro são uma espécie de “parasitas” que entranham-se onde não devem privando pessoas que realmente querem mas não tem oportunidades.

    É isso que realmente querem? Mover-se pelo dinheiro e apenas pelo dinheiro e com a ânsia de serem todo-poderosos? Avant com esse empenho. Simplesmente acho que o mundo tem espaço para todos, mas se realmente parássemos para pensar com mais clareza. É por isso que nós seres humanos não vamos muito longe.

    Educar crianças pelo que observo não é fácil mas se tornará ainda mais difícil se não nos compreendermos a nós próprios e perceber ao logo do crescimento da criança a orienta-los de uma forma que não seja desleixada nem impingida naquilo que os pais querem.
    Lembrem-se os filhos não são o espelhos dos pais, cada vida é uma vida…e essa vida deve ser vivida segundo aquilo que eles pretendem.

    Temos que dar á criança a oportunidade de ser criança, subir ás arvores, aprender a andar de bicicleta, pegar num coelhinho e fazer festinhas, pisar vinho com o avo, aprender a plantar uma flor, andar descalça em regatos, jogar á macaca e saltar ás cordas, fazer piqueniques e ver insectos estranhos, andar com um caderno no meio de uma serra e tentar retractar a paisagem, e fazer perguntas estupidas como: “porquê que o céu é azul? Porque que os pássaros têm asas? Como posso fazer a cor de laranja do sol?. Bolas parecem coisas nojentas mas são fenomenais, não vejo algo repulsivo, como poderia eu ter “nojo” disso? Eu amei e tenho saudades dessas coisas “nojentas”.

    Não existe uma forma perfeita de educar uma criança porque nós não somos perfeitos.
    Por isso é tentar da melhor forma possível.
    Não numa forma de pura obrigação.

    Adorei o teu pensamento porque fez-me recordar a minha infância e poder compara-la com a dos dias de hoje.

    Cumprimentos
    ****LIA

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