quarta-feira, 28 de março de 2012

Sou um rapaz...



Sou um rapaz bonito, com um sorriso bonito...
Sou um rapaz "alto", e de cabelos compridos...
Sou um rapaz um pouco estranho, mas que ouve... que sente, que vê e observa, que ama e compreende, ou pelo menos tenta...
Sou um rapaz que gosta de ver e observar...
Sou um rapaz, tímido e sem jeito...
Sou um rapaz com o sonho de ser pai... que não tem pressas...
Sou um rapaz um pouco inteligente e que "sabe" falar... que sabe conversar ou criar conversa...
Sou um rapaz, novo, mas cheio de vida...
Sou um rapaz num mundo de solidão, onde até mesmo nele vagueia sozinho.
Mas sei sorrir! Sei rir! :) Sei chorar e morrer por dentro...
Sou um rapaz... que morreria por ela, se o ela existisse. Sou um rapaz que choraria diante dela, sem medos ou vergonhas... para lhe mostrar simplesmente o que sinto.
-- "Desculpa amor, as coisas que faço não são de propósito... Desculpa!"
Sou um rapaz que aprendeu a pedir desculpa...
Sou um rapaz que sente com culpa. Um rapaz que se entristece pela culpa...
Sou um rapaz... que ama e deseja, um ela que não existe... que ama a mãe dos meus, que deseja a amiga... sou um rapaz que abraça com o coração e não com o desejo. Sou um rapaz que sente o abraço, e o corpo, e as mãos e as pernas e as ancas junto de mim... que sente o beijo nos lábios e o olhar nos meus olhos... sou um rapaz que lhe sente o perfume da alma...
Sou um rapaz que ocupa espaço, e que no mesmo instante... faz falta no mundo. Que não existe na vida de ninguém, mas que causa impacto sem dar por isso...
Sou um rapaz sem moda, sem deus, sem sentido...
Sou um rapaz sem rimas ou antónimos... sem um perfume ou uma marca...
Sou um rapaz que se deita na cama, sozinho, no vazio que existe entre ela e eu, de um ela que não está presente e que não existe.
Sou um rapaz com o desejo de um beijo, de um abraço, de um olhar...
Sou um estranho, mais um estranho, nos passeios daquelas ruas, um rapaz apressado para um comboio que nunca chegou... sou só mais um, uma caixa de olhares curiosos e das risadas que entristecem e não elevam...
Sou um rapaz sem medos, e com eles por resolver...
Sou um rapaz, uma criança que brinca sem medo de brincar e sem medo de ser criança...
Sou um rapaz que vive em volta dos seus filhos sem nunca terem nascido...
Sou um rapaz que sente o mundo sem nunca o ter vivido...
Sou um rapaz que ama, sem nunca o ter percebido até ao toque do seu corpo... o toque da pele, dos lábios, das ancas e do mundo perfeito que embeleza sem esforço... ela... se o ela existisse... se o ela sorrisse, se o ela fosse...
Sou um rapaz que se senta no topo do mundo e admira o que ninguém vê...
Sou um rapaz que cai sem nunca parar, sou um rapaz que levanta sem nunca desistir...
Sou um rapaz que sonha amar e ser amado, por ela e a eles...
Sou um rapaz que sonha em contar histórias e lutar contra os monstros do pó...
Sou um rapaz que em desajeito faz crescer quem nunca nasceu...

Sou um rapaz, um simples rapaz...

terça-feira, 27 de março de 2012

Ser-se...


Gosto de pensar que a "cultura geral" é algo que é acima dos conceitos sociais que as pessoas sabem por pré-definição.
Ainda que "cultura geral" varie de área para área, acredito que grande parte da população portuguesa, incluindo estudantes universitários, não a têm. E digo a grande maioria, porque sei que existe uma minoria que a tem.

Não me estou a armar em bom, mas esta opinião tem como base, novamente, um dia em que estava a conversar com 2 amigos, e um deles me perguntou algo sobre um livro ou o autor, e eu respondi que não sabia. E ele retorquiu dizendo que era cultura geral. Fiquei a pensar um bocadinho naquela resposta e disse-lhe algo do género: Pode ser cultura geral para ti porque está dentro da tua área, mas para mim não é, porque não leio esse tipo de livros. Se te perguntar o que é Bus de Barramentos ou Bus de dados, não sabes, mas é cultura geral.

E basicamente, é mesmo. O que para mim é "cultura geral", e que se encaixa numa área abrangente, penso eu, pode não ser "cultura geral" para a outra pessoa. Mas à que ter cuidado quando se diz que alguém tem cultura geral, porque um puto de 18 anos que só sabe é comer gajas e bebedeiras, por muita lábia que tenha, não tem cultura geral. O mesmo para as raparigas ou até mesmo para universitários. Que só porque contarem umas piadas ou terem muitos amigos, não significa que tenham cultura geral.

Não me acho que grande cultura geral, mas faço por isso. Bem, isso é comprovado através dos últimos textos, onde faço pesquisas, e menciono filmes, noticias, documentários ou páginas da internet para apoiar as minhas opiniões. Se isso não é ser inteligente ou ter uma cultura geral abrangente, por muito pouco que seja, então 99% das pessoas são anorécticamente atrasadas mentais.

Nunca nestes tempos se ouviu os pais portugueses falarem tanto em optar por escolas privadas. Porquê? Porque hoje quer-se que os filhos sejam supra inteligentes, competentes, capazes, audazes, lutadores, homens e mulheres, destemidos, ferozes, versáteis, conscientes, os melhores que portugal já conheceu, excepto numa coisa... serem os melhores a serem crianças. Porque muitos dos pais em portugal, e muitos jovens hoje em dia, não sabe o que é ser-se criança. Não sabe qual é o sentimento que essa palavra transporta. Não vê a magia que um parque repleto de crianças, aos berros, aos gritos, aos pulos, aos abraços, em correrias desenfreadas, em brincadeiras sem sentido, pode ter... Lembram-se do que é ser criança? Lembram-se do que é ter sido uma?

Como li na revista Pais e Filhos de Março nº 255, os pais têm medo dos filhos, melhor dizendo, têm medo do que se possam tornar e nas companhias que virão a ter. O problema não é dos filhos, é dos próprios pais. Quem não educa bem, não está a passar a mensagem da maneira que pretende. Exige-se tudo deles, e as brincadeiras ficam para depois ou é-lhes dito que isso não são maneiras de um menino se comportar.

Na RTP Informação, no dia 25/03/2012, estavam a falar sobre, pelo que consegui perceber, sobre como educar os alunos para se tornarem bons cidadãos, utilizando para isso a educação física, porque segundo os estudos que tinham feito, demonstra uma maior taxa de sucesso de aprendizagem e interacção entre alunos. E se um filho faz algo de encontro com a escola, a sociedade e o civismo, os pais por natureza tenderão em seguir os seus filhos. É sem dúvida uma das maneiras de reeducar os pais em portugal. A mentalidade poderá ser mais difícil, mas pelo menos teremos crianças saudáveis.

É isso que pretendo com as minhas, que nasçam, sejam felizes e o melhor que conseguirem. A maneira como se educada, e já o disse milhares de vezes, é algo importante para a formação do individuo, e para os meus filhos, um passeio pela montanha não é mais do que um passeio... Eu também desejo que os meus filhos sejam mais inteligentes e mais felizes que eu. Mas não quero de maneira nenhuma apressar a chamada "responsabilidade" que nem sequer existe dentro dela. Algo também importante de referir, é que tudo se aprende consoante o seu tempo. Não pode haver pressas nem criar stress escolar na criança. Com 8 ou 9 anos, a criança quer é brincar! Quer saltar e estar com os amigos. Não quer estar fechado 6 horas a estudar, ou a praticar um desporto que não gosta lá muito, a fazer algo só porque os pais o desejam ou acham que é o melhor. Cada criança tem o seu tempo, e há de chegar a altura, em que ela precisará de estar ocupada com algo da sua idade. Idade mental sublinhe-se! Ela própria começará a pedir aos pais para irem ali, ou fazerem isto ou aquilo. Obrigar a fazer algo para o qual ainda não tem interesse ou motivação, pode ser um problema. Avançar ou adiantar nos processos de aprendizagem, não significa que a criança aprenda mais do que outros, pode inclusive surgir-lhe um atraso, físico ou mental, por ter sido "forçada" a "aprender" algo para qual o seu cérebro não tem motivação ou capacidade de raciocínio e compreensão. Como refere o livro "A Inteligencia aprende-se".


É importante ser-se inteligente, é importante possuir "cultura geral", mas também é importante, para qualquer futuro pai e mãe, serem pessoas conscientes e informadas do que é ter e acima de tudo, ser-se criança. Ter nos braços a criança/filho mais inteligente do mundo, não significa nada ao lado de uma família que sorri, que é completa e feliz. Que vive a vida com todos os erros e conquistas que lhes é possível. Sim, que lhes é possível, porque muitas vezes, as crianças não têm, nem se lhes dá espaço para errar. Os pais protegem-nas, acolhem-nas, e tapam os olhos a algo importante que as ensina a crescer, a viver e a comunicar melhor. Pensam que estão a fazer o bem, e nem imaginam as consequências que lhes estão a criar. Convém dizer que à que saber medir os erros que poderão fazer. Magoar alguém 2 ou 3 vezes não é ensinar, é criar uma pessoa mal educada.
Como muitos pais, a única coisa que querem ouvir é as qualidades e as conquistas que os seus filhos fazem e vão fazendo durante a sua vida. O problema é que se educada para o sucesso e não para o falhanço. E quando uma criança erra, tudo lhe cai em cima a pedir explicações, com berros, chapadas, palmadas, castigos, e pressão psicológica. A própria criança, aprendeu com os pais, que errar é mau, e que só é permitido acertar. Acertar "TUDO"! Não digam que não porque é verdade.
Se a criança, pelo contrário, for criada e educada com os erros e o insucesso, será uma pessoa mentalmente capaz de enfrentar os problemas que todos passamos na nossa vida e que fazem parte do nosso crescimento, da nossa vida e personalidade. Verá então, e sentirá o sucesso como a melhor recompensa.
Como li também na revista Pais e Filhos de Março nº 255, na página 16, dar carinho/afecto aumenta a memória infantil. Crianças criadas com afecto têm um hipocampo 10% maior que uma criança sem o mesmo. É importante haver amor e uma educação consciente, que conscialize a própria criança do que fez  errado e em como pode corrigir ou ser melhor. Estar ao lado dela a ensinar-lhe, explicar-lhe e até mesmo ouvi-la, e não de frente a ralhar-lhe, muda a forma como os nossos filhos olham para nós. Não apenas como Pais, mas também como "amigos", alguém que os ouve e os ajuda. Há muita gente formada por aí que diz que ser-se amigo dos filhos é o pior que podem fazer. Eu discordo por completo. Mas à que saber ser-se Pai e amigo (a pequeno), pois as crianças podem perder a referência de Pai e Mãe na sua vida, e isso só prejudica. É necessário ser-se Pai e Mãe, mas com o amor e carinho que se sente por ele. Criar laços com os nossos filhos, para que sejamos aquele ombro amigo que precisam, ou aquele boneco para as noites de pesadelos. É importante ser-se Pai e Mãe presentes, que saibam o que é ser e ter sido criança.
É cada vez mais incomum ver crianças que têm laços fortes e bastante confiança com os próprios pais.

Ser-se Pai ou Mãe não se aprende em livros. Pode-se ler qualquer coisa, estudos, métodos, as melhores músicas, as melhores escolas, a melhor alimentação, mas nada disso vale se não se tiver amor e conforto em casa. Uma criança é o espelho dos pais, geralmente.

Desde o primeiro dia em que nascem ao dia da sua morte, os nossos filhos, terão sempre algo para aprender connosco, por muito velhos que sejam, por muitos filhos e netos, que os rodeiam, por muitas aventuras e muita fralda mudada...

Serei um Pai e uma Mãe... a soprar-lhes no dói-dói ou a dar-lhes umas palmadas.
Sou uma criança... e continuarei a sê-lo ao lado dos meus filhos. 

segunda-feira, 26 de março de 2012

A genética do Eu... [2]


Continuando o post anterior, A genética do Eu... , falta-me abordar o temo das cirurgias plásticas, quer seja por doença hereditária, quer seja um acidente, operações de reconstrução, cirurgias, transplantes, entre outros.

Transplantes - Um coração novo e forte torna-se hereditário?
Operações de Reconstrução - Os filhos herdaram as novas feições do pai/mãe?
Cirurgias plásticas - Alterações a nível facial, rabo, peitos, braços, serão transmitidos para os filhos?

É possível ou o ADN sofre uma "mutação"/alteração devido às cirurgias?
É sabido que as doenças hereditárias têm uma probabilidade de aparecer nos filhos acima dos 50%, se ambos os pais tiverem a "doença", as hipóteses sobem para 80%.

Agora a questão não é esta, mas sim, se por exemplo, se curar a doença dês de cedo, se ela se vai manifestar nos filhos que essa pessoa tiver. Não sei... acho que ainda nem se estudo muito bem esse assunto, mas é algo que nos leva a outro problema que muitas crianças enfrentam, que é terem de utilizar um aparelho para os dentes. À coisa de uma semana no comboio à vinda para casa, pude conversar com umas colegas, e o assunto era sobre aparelhos. Uma delas disse que o rapaz X tinha tido aparelho e que agora tem uns dentes muito bonitos. E eu disse-lhe:
-- O rapaz pode ter dentes bonitos agora, mas não te esqueças que isso não significa que os filhos dele também terão os dentes bonitos.

É algo hereditário. Corrigir os dentes não corrige o problema a nível do ADN. Corrigir os dentes não significa que quando tiver filhos, também nasçam com os dentes bonitos como os do pai. Como vi à uns anos num documentário, cujo o nome não me recordo, abordaram precisamente este assunto das plásticas, e aproveito para falar nele também, em que, um casal se submetia a cirurgias plásticas para ficarem fisicamente atraentes. O homem atraente às mulheres, e a mulher atraente aos homens. E um dos comentários dos médicos foi que os erros a níveis físicos, nariz, braços, bochechas, lábios, testa, cabelo, peitos, dedos, pés, não desapareciam, permaneciam. Tinham agora era uma máscara por cima de todos aqueles erros e imperfeições, digamos assim, que nascera com eles e/ou que eles próprios herdaram dos seus pais. E se eventualmente se apaixonassem um pelo o outro, o resultado seria uma filho como todos os problemas físicos e hereditários que ambos os pais tinham. Resumindo, o filho seria uma criança normal, uma aberração da natureza, já agora, e os pais as pessoas mais belas do mundo.

É um problema grave, sério e que deve ser debatido, que existe na nossa sociedade. Por um nariz torto com um cirurgia pode originar em falsos "bons" bebés. Nós queremos deixar cá na terra para perpetuar a espécie humana, os melhores, os mais fortes, os mais belos, os mais inteligentes, os mais capazes e audazes, e não aberrações genéticas, com doenças e deformações físicas. Este tipo de pessoas não pensa nas consequências a logo prazo, apenas querem ser aceites na sociedade, tal como toda agente é óbvio, mas deixar que sejam submetidas a cirurgias para tentar corrigir um problema que nunca irá desaparecer do seu código genético, é um atentado à espécie humana. É por isso que nascem crianças com deficiências ou até mesmo mais feias. E não sejam mesquinhos e sensíveis, temos de falar e tratar os problemas de frente e não de esquina! Não é tabu! Parece mal? É normal, é um assunto que muita gente tem medo em discutir porque não sabe o que é ser deficiente. Não sou frio, eu deixo que as pessoas façam as escolhas que acharem melhor para elas, mas não é por deixar que não tenho opinião e que não a demonstro e discuto.

Pessoas que ficam paralíticas é uma coisa, pessoas que nascem paraliticas devido a problemas genéticos, é outra totalmente diferente. As ideias de Hitler eram exactamente estas, acabar com erros genéticos, atrasados, mongolóides, deficientes e bebés com problemas graves. Porque achavam, e ainda hoje acham, que descendem de uma raça/linhagem de extraterrestres. Como se pode ver em: Ancient Aliens - Aliens and the Third Reich.
E isto levanta algumas questões que coloquei ou deixei no inicio deste post.
O facto de as pessoas se submeterem a cirurgias para corrigir estes "erros", este problemas físicos, possibilita hereditar as correcções que foram feitas? Não acredito. Pelo simples facto que nada muda o ADN de uma pessoa a não ser que seja através de químicos radio-activos (bomba atómica), ou a pessoa ser criada em laboratório. Então "sabemos", que não é possível. Por isso podem parar de pensar que os vossos filhos vão ficar tão lindos como vocês depois das plásticas, seja ao que for, porque os genes é que fornecem a informação, não os músculos.
Porém, também eu não sei até que ponto os músculos guardem realmente informação genética, memórias ou parte da nossa personalidade. Existem partes do nosso corpo, que com acupunctura vitalizam e melhoram a saúde de alguns órgãos. Inclusive olhos, pernas, pés, mãos, pescoço, entre outros.

Uma reconstrução facial, não significa que os filhos terão semelhanças com a nova cara do pai ou da mãe. Pelos mesmos aspectos que referi a cima. Porém, será que os genes, com muita persistência do próprio cérebro, é capaz de alterar e fazer acreditar ao nosso corpo que realmente que aquela é realmente a nossa cara?


O transplante de corações, de braços, orelhas, pernas, implica uma observação atenta para o resto da vida, quer sejam ou não compatíveis. Existem medicamentos a tomar, mas também pode não ocorrer nenhum problema. O que me leva a perguntar, em ambas as afirmações, se essa nova parte do corpo é passada do pai para o filho, da mãe para o filho. Como se falou um pouco acima, os músculos guardam informação? Leiam o texto anterior onde também falo dessa possibilidade. Eu não acredito de todo que a força do novo coração, ou que as pernas transplantadas de um corredor poderão passar para os filhos, mas existe muita investigação em volta da hereditariedade em desportistas, como também refiro no texto anterior. É possível? Não posso dizer com certezas absolutas, mas não acredito muito. Porque os genes originais não foram modificados.

Um acidente, que pode deixar um pai ou uma mãe paraplégica, como já surgiu em várias vezes em documentários, não significa que o filho nasça com o mesmo problema, por que pode nascer tão ou mais saudável que os próprios pais.

Mas pensemos no seguinte, será que o próprio homem, poderá, através de algum tipo de trauma, quer físico ou psicológico, criar uma remessa de espermatozóides "deficientes"? É bem provável, e as mulheres? Também poderão ter, por uns tempos, um ovo pouco saudável. O que significa então, que uma pessoa pode nascer deficiente, não por culpa directa dos genes, mas por culpa dos corpos dos pais. O mesmo problema/ situação surge nos macacos, lobos, gatos, entre outros, e nesse ponto de vista, a matilha/grupo deixa a mãe e a cria para trás. Pois sabem que é um peso para todos, quer para fugir de predadores, quer para alimentar.

Outra coisa interessante é a de passar para os filhos, a mesma capacidade cognitiva que os pais tinham no momento da sua concepção. Também falo disso no texto anterior. E ainda que isso possa ser de todo descabido de acontecer, os pais terão muita influencia no meio ambiente do seu filho, pois ele irá absorver tudo o que conseguir, quer seja bom, quer seja mau. E é algo que os teólogos de Extraterrestres, que  manipularam um ancestral antepassado nosso, para podermos aprender mais depressa, correr mais depressa, procriar-mo-nos melhor, hereditarmos inteligência e genes ainda mais fortes. É uma simples teoria, mas como todas, têm o seu valor. O que explica, segundo alguns teólogos, a razão do Elo perdido no ser humano, se bem que isso hoje em dia está um pouco fora do plano de evolução de Darwin, porque já se descobriram bastantes fósseis que provam a nossa evolução do símio e não como intervenção divida ou extraterrestre. Mas! Não deixa de explicar a razão de conseguirmos aprender tão depressa, e estarmos "geneticamente" preparados para caminhar quase sem incentivos. E para quem não acredita nisso, e acredita que os estímulos fornecidos pelos pais, de os agarrar pelas mãozinhas e fazê-los caminhar é realmente a razão pelo qual andamos, deve ter em atenção o filme: ... Que fala sobre um rapaz que é encontrado na floresta. Se em parte o incentivo, como muitos apenas acreditam ser só o que interessa, a capacidade de andar não é esquecida ou perdida, mas sim, mais ou menos estimulada. Bem, por um lado terão razão, porque há quem necessite de "aprender" a andar novamente, neste caso é dar uso aos músculos e treiná-los, e ensinar-los a agir e a corrigir o balanço do próprio corpo.

Informações sobre crianças que nasceram ou viveram parte da sua vida na floresta.  10 Feral Human Children Raised by Animals

Como já leram, sabemos que a inteligência pode ser transportada através do ADN, daí a razão de haver dadores de esperma e cada um estar na sua categoria. Poderá guardar informação? E será que a informação existente em transplantes, pode ser passada de pais para filhos? De certeza absoluta que quem possuir uma bexiga sintética não irá passar nada!

Aquilo que somos e adquirimos desde que somos bebés atá aos 10 12 anos, não se altera, é a nossa personalidade. O que acontece, é que aprendemos a lidar melhor com as situações, mas continua-mos a ser nós, com a "mesma" personalidade. Somos mais conscientes e compreendemos melhor o que nos rodeia, as nossas opiniões formam-se com o tempo, mas a personalidade inicial perdura. Mas há quem cresça e há quem continue na mesma.

Continua...

segunda-feira, 19 de março de 2012

É só uma injecção...


Um animal deitado na mesa, uma injecção pelas veias e a vida arrancada do seu mundo.
Um respirar cada vez mais lento, um ultimo olhar, um brilho efémero de toda a vida a aventuras, passam a voar.
Não quero ir embora...
Não quero deixar este mundo!
Quero correr e ser feliz!
Quero abanar a cauda e sentir o vento passar pelas orelhas, calcar o chão por baixo dos meus pés, sentir a relva e o cheiro do mundo!
Quero sorrir e ser acarinhado... quero amor!
Quero festas e sentir-me aconchegado perto de ti! Meu dono...


Não quero perder o sorriso nem o brilho dos meus olhos!
Não quero deixar o mundo que me faz viver e sentir vivo!
Não quero chorar por ti, mas também não quero chorar por mim...
Tem piedade! Tem dó!
Não me dês a pica... por favor menina bonita e simpática! Por favor menina cheirosa e carinhosa...
Não quero deixar para trás os meus amigos, as minhas aventuras, os meus sonhos, as minhas corridas...

Eu quero viver!!
Eu quero sentir o ar encher-me os pulmões!
Quero sentir a minha cauda abanar e comer os biscoitos... Eu prometo que como os biscoitos!
Deixa-me lamber e coçar!
Deixa-me correr atrás da minha cauda como se não houvesse amanhã!
Deixa-me ser feliz! Porque não me deixas?

Eu quero cheirar as plantas do parque!
Eu quero caminhar ao teu lado e ladrar a quem passa junto ao portão...
Quero ser agarrado ao colo e sentir o teu amor e carinho... sentir-me nos teus braços e lamber-te a cara.
Protege-me! Promete-me! Deixa-me correr ao teu lado, deixa-me ladrar e brincar contigo...
Deixa-me deitar na tua cama e sentir a tua presença, um simples reconforto.

Deixa-me cantar e ver o por do sol.
Deixa-me ver os arco-íris e correr atrás do pau...
Quero sentir as tuas mãos acariciarem-me a cabeça, os teus dedos passarem pelo meu focinho...
Ouvir-te ao longe... abrires a porta e saltar de alegria!

-- Deixa-me ser o teu melhor amigo...
-- É só uma injecção querido, não vai doer nada! Prometo.


É mais do que um animal...

Onde estiveste?



Onde estiveste este tempo todo?
-- À tua procura...

Vais chegar a uma altura da tua vida onde vais ter pena em ter deixado para trás alguém, por algo tão mesquinho e sem importância. Eu sei o que isso é, eu sei o que se sente quando o nosso cérebro desperta para essa perda, quer seja humano ou animal. Penso nas coisas que podia ter dito, naquilo que podia ter feito, em tudo o que falta transmitir, um fim num pensamento de tristeza por saber que podia ter vivido mais e não o fiz.
Mas não será tristeza de choro, será tristeza de saudade, de pena, de lembranças perdidas, de histórias que não foram contadas.

"... eu ate posso deixar de fazer as minhas coisas pela outra pessoa... mas normalmente nao se apercebem disso, e não vêm o que eu faço e o que dou... eu dou muito de mim e sempre acabaram por nao verem isso".
Já somos, que amam sem serem vistos, que amam sem nos darem valor. Também eu, também eu tenho a esperança de um dia encontrar a tal. De encontrar alguém que realmente me respeite e ame.

Hoje no comboio, ouvi uma conversa de duas raparigas, novas, sobre o ex-namorado de uma delas, e pelo que percebi, a "ex" disse algo do género: "Uma pessoa não vai querer lidar com as mesmas situações, com os mesmos problemas, que passou com o anterior, com a próxima pessoa. E a próxima pessoa vai sofrer e levará com todas as injustiças só porque o anterior estragou tudo. Foi assim comigo, será assim com toda agente. Criam-se defesas e escudos, e às vezes, só por vezes, criam-se mais escudos e coisas completamente estúpidas de volta de uma pessoa que se "ama", no fundo no fundo, mas porque "sofreu" com pessoas antes de "nós", faz as maiores macacadas só para conseguir estar por cima e sentir-se segura. Mas toda essa defesa tem um preço...

Quanto mais se ama, mais se sofre. Um de nós fecha os olhos, e o outro coloca os binóculos em todos os nossos defeitos, em todas as nossas falhas, em todas as nossas quedas e momentos tristes... e nós servimos apenas de saco para bater. Apanhamos com tudo, porque "amas". Mas haverá de existir aquele momento em que paramos e começamos a pensar: "Porque é que continuo com ela/ele?"
E por vezes não conseguimos ver a verdade da relação, porque de certa forma teimamos em achar que aquela pessoa tem boas qualidades, nos faz feliz, mas... basta um momento de epifania, de revelação, e tudo fica claro. "Eu era cego e agora vejo!".
Custa ver o que nos escapou, custa sentir o que nunca se realizou, custa sentir que nunca foi bem como pensávamos que estava a ser. Que tudo o que demos, oferecemos e sentimos, não era com o mesmo amor e sentimento. Sentir que uma prenda ou uma surpresa não têm agora valor, enfiados num saco, onde a luz não entra. É esse o amor que se tem, é esse o uso que se dá. Onde está o amor? Onde está a promessa? O desejo ou a saudade. Fugiu por todos os abraços que se deram, por todos os beijos que se trocaram, por todos os olhares que se perderam na vastidão das pessoas. Por toda a troca de carinhos esquecidos, apagados quase de memória. Um sorriso que magoa, uma postura que crava no peito, um sentimento de respeito que já não existe.

Tanta pergunta por fazer, mas um não será sempre a resposta que ouviremos. Tantas memórias em mim, que posso apenas esperar que não desapareçam, mas que fiquem quietas e bem escondidas.
-- Amas-me?
-- Vai depender da tua resposta. Dos teus sonhos, das tuas fantasias, dos teus desejos, do teu futuro, do teu cabelo, da tua barba, das tuas prendas.
-- É um não.

Não lhe vi lágrimas no rosto, nem um sorriso, nem desejo, nem surpresa, nem emoções.

Gostava de saber o que sente lá dentro, no fundo de todo o seu corpo. É um não, que sempre foi grande e estúpido. Ou se ama e se abre o coração, ou não se ama.
Silencia o mundo, e chora o sentimento. É isso que fazemos, e que temos de fazer para viver.
Amar com força, amar num agarrar inquebrável, alguém que não nos faz feliz, pode ser tolice, mas em algum momento, o nosso sorriso, pelo menos o nosso, foi verdadeiro. O meu foi.

Virar a página... acho que nunca é só uma, mas várias. Eu leio devagar e gosto de sentir o mundo à minha volta, sem presas, sem obrigações. Ver o voo de um pomba numa tarde na estação, e tudo parece desaparecer num PUFF. Ver o mundo e senti-lo sem saber bem como o olhar.
É único, é mágico, é um mundo que não invejo pelos meus olhos. É um mundo que admiro com todo o meu sere.


-- Onde estiveste?
-- Que te interessa?
-- Nem imaginas. ;)

Basta uma data... e tudo desaparece.

domingo, 18 de março de 2012

Um olhar excessivo?


Pode ser um pensamento demasiado... como é que se pode dizer? Excessivo? Por pensar demasiado em coisas que são "simples" e/ou que vêm com o tempo.
Penso? Bem, numa coisa têm razão, são coisas que aprenderemos com tempo, que veremos e sentiremos com o tempo. Mas... o que é uma relação? Já falei neste texto Depois dos 30 ninguém muda ninguém..., o que entendo por relação, pelo menos uma pequena visão, mas... será que uma mulher ou o homem têm noção do que é escolher alguém com quem viver o resto da vida?

Ainda hoje existe uma elevada taxa de divórcio, quer por afinal perceberem que não era bem aquilo que estavam à espera, quer por desejarem "mais". Não se pode ponderar isso tudo, defeitos, feitios, gostos, ódios, musicas, filmes, pensamentos, ideias, desejos, antes de se "casar" ou "namorar" com uma pessoa? Quer dizer... é dificil? É! Mas pode-se só conhecer, serem "amigos" e verem o que sai das conversas.

Uma coisa excelente para todas as mulheres, e para qualquer mulher, é imaginarem o marido no dia do parto. Estarão ali? Estarão responsáveis? Serão adultos e maduros? Serão cuidadosos? Sentem-no a mais ou que não faz grande falta? É sem dúvida um dia que se encontra muito longe, talvez não, mas pensem nisso... ele fará boa figura ao vosso lado? Saberá ser pai? Terá amor? Ou preferirá sair com os amigos ou ficar no computador? Terá amor? Sentirá amor? Deseja-o? É importante para ele?
Um homem pode revelar muito de si em muitas situações, tal qual como uma mulher, mas sendo esta parte do texto destinado às mulheres no geral, pensem um bocadinho. Olhem-no de alto a baixo e conhecendo o que conhecem, imaginem, sintam...
Qualquer homem que vêm na rua, como animal que somos, é um ser capaz de fertilizar qualquer mulher, mas nem todas desejam fertilizadas por um homem qualquer. Diria até que nenhuma deseja!

Quando olho para mulher/rapariga na rua, não a vejo como um objecto sexual, penso... como seria como namorada? Penso no sexo, nas fantasias, penso nas zangas, nos meus dias menos bons, se estaria lá para me apoiar, seria boa a manter conversa? Seria inteligente? E a música? A ideia que tem do mundo?
Seriamos compatíveis? Daria resultado? Seriamos felizes? E o meu cérebro responde com um grande e valente Não! E porquê? Porque em 100 pessoas, apenas 1 me acha interessante, e essa uma, não me deseja assim tanto como namorado, nunca o desejaram. Sou mais um amigo, e sou visto mais como amigo, do que como namorado. Posso escrever "muito bem", posso ter conversas que "ninguém" tem, posso desejar ter filhos e estudar sobre isso, preocupar-me em preparar-me sobre isso, quer venham cedo ou tarde, penso em tudo o que me rodeia, mas não é por isso, não é por ser "diferente" ou "cativante" que me desejariam como namorado, porque elas no fundo, vêm-me apenas como um objecto interessante, e ninguém se apaixona muito tempo por objectos interessantes. Quer dizer... dependerá do objecto, significando que ainda me falta muito para ser uma pessoa realmente interessante e com muito para dar, e o que elas vêm é precisamente isso. Vêem como alguém que não é suficientemente interessante e que não tem grande coisa para dar ou partilhar. Não sou diferente de mais, não choco ninguém, não sou "gótico" nem "metaleiro", não ando sempre vestido de preto, e isso borra um pouco a imagem que as pessoas têm de rapazes com cabelo comprido. Existem "homens" e rapazes com cabelo comprido, mas a única diferença é que marcam uma certa diferença, uma diferença que existe em forma de moda. Mostram cá para fora, uma forma de chocar as pessoas, uma irreverência, e eu não faço nada disso. Não choco ninguém, não sou exagerado com o que visto, nem uso um rótulo ou uma marca com que possa ser associado ou identificado.

Se eu tenho esta percepção de mim, as outras pessoas terão mais ainda porque me olham de fora. Se sou um homem que pode estar e dar boa imagem no dia do parto? Um dia tão único e importante na vida de uma mulher? Acredito que sim, não é por ler sobre o assunto, é por me preocupar. E é por me preocupar em primeiro lugar que me leio e procuro aprender algo mais. O que me falta é acreditar em mim, e trabalho, muito esforço e dedicação. Mas como sempre, à pessoas que se apoiam nos animais, nos familiares, nos amigos, em desporto, em celebridades nas mais variadas áreas cientificas, em algo. Eu apoio-me em mim, e "por causa disso", critico-me ao extremo, levo-me ao extremo, exijo de mim o extremo, o que acaba por resultar em coisas menos "bonitas".
Uma namorada, uma boa namorada, dá muito a um homem, pode dar muito. Uma namorada, pode e tirará tudo a um homem. Dependerá do homem, mas não é assim tão trivial aos homens, alguns homens, passarem mais tempo triste que as mulheres. De certa maneira as mulheres estão mais habituadas a conhecerem mais parceiros, e falando novamente como animais que somos, para acasalar, do que com que viver. É um facto.
Existe nos leões, nos lobos, nos cães, nos gatos, nos pombos, entre outros. Somos um animal versátil, mas não significa que não tenhamos sentimentos quando perdemos parte da nossa "vida".
Como não me apoio em nada a não ser em mim, uma namorada é um desejo, mas é um desejo diferente. É e será um ombro, mas... como já referi noutro texto, é difícil encontrar alguém com quem viver o resto da vida. Pensamento extremista? 90% das mulheres concordariam comigo! Ainda continua a ser extremista? Toda agente quer confiança. Todas as mulheres querem sentir confiança. Em relações de poligamia ou não, existe e sempre existirá confiança, é o que nos torna "humanos" e não homo-sapiens. É a razão de termos sentimentos tão fortes e vincados por alguém que amamos.
Mas como qualquer outro "amor" e "desejo" que sentimos, acaba sempre por evaporar, até só restarem algumas lembranças boas e más daquilo que foi uma "vida a dois". Não se esquece. Nunca se esquece.

Sou então... exagerado ou com falta de muita coisa? Exagero em coisas que não interessam a ninguém até ser altura de acontecer e de viver, e falho em coisas em que me devia preocupar? Ou tudo está "perfeito", excepto com o que devia realmente preocupar-me?
Vou tentar explicar de outra forma. Exagero no que não devia exagerar e devia pensar mais no que realmente me está a fazer falta. Ou estou a fazer as coisas bem, mas ainda me falta "aprender" muito? Diria que são as duas. Tu não?

A única coisa que posso dizer, é que como humano que sou, e não pessoa, preocupo-me, exagero? Depende da perspectiva, aprendo e cresço, com os erros ou com os sucessos. Como humano que sou, e com uma visão diferente, assim penso, que tenho do mundo e das coisas que me rodeiam, vivo comigo, aprendo a viver e a crescer com quem realmente vou passar o resto da minha vida. Se eu gosto? 99% amo pode sentar-me a ouvir falar, e então é cada ideia, cada frase, cada linha de pensamento, que não espero muito para arranjar um bocado de uma folha e uma caneta ou algo que escreva, para não perder de vista uma visão, novamente diferente e única que tanto admiro. Os restantes 1%... fico a pensar que sou muita parvo, muita estúpido, muito burro e sem qualidades. E é incrível porque este 1% tem mais força que os 99%. Pelo simples facto de me esquecer, o valor que tenho, aquilo que consigo alcançar, aquilo que consigo ver, aquilo que consigo fazer, sentir, amar, desejar, sonhar, que aprendo, que vejo e descubro. Esqueço-me... para que todos os dias aprenda algo de novo para juntar aos meus caixotes de consciência.
Algo novo não ocupa espaço, fica a flutuar no meu cérebro, à espera de surgir a oportunidade certa de ser expressa e explicada através das minhas palavras e pensamento.

Não sou lá grande coisa como "pessoa", mas como humano... diria que estou acima da média geral. Mas não posso falar muito sobre o assunto porque não tenho voto na matéria. Quer dizer, se calhar até tenho mas não quero acreditar. Se calhar sou mesmo diferente e não parvo, como penso parte do tempo.
Preciso que alguém me diga isso? Na verdade não, acabo de o dizer agora, mas ouvir alguém dizê-lo é bom e faz bem ao ego. Mas também não sou assim tão tapadinho dos olhos, porque sei que posso ir mais longe, é da visão que tenho do futuro que me faz tremer, mas não significa que desista da vida, desejo de morrer tenho-o à muito tempo, mas não significa que esteja ou já tenha desistido. Como o referi no texto Já sei no que sou bom....

No fim de contas, se é que existe algo em mim que pode ser calculado, não exagero o suficiente para ser ainda melhor pessoa do sou. Não sou suficientemente interessante, não sou suficientemente cativante, ou desejado. Sou um "bom" amigo que é tudo menos parecido às coisas e pessoas que me rodeiam. Sinto-me único mas mesmo assim sem valor. Uma vez disseram-me algo sobre isso, que as pessoas não gostam de coisas foram do vulgar, e penso que até escrevi sobre isso. As pessoas procuram nas outras, algo estável e que possam compreender. É por isso que existem modas. As pessoas gostam de se sentir confiantes, confortáveis, psicologicamente sem borbotos de esforço para compreender o que estão a ver. É por isso que não lêem um texto num jornal de 2 páginas a menos que lhes interesse. O marketing faz um bom papel nisso.

Se sou, ou posso ser, interessante de ler, conversar comigo também pode ser uma experiência, se bem que eu acho que não sou lá grande coisa comparado com um ou outro colega. Afinal não sou nada e exagero.
Existe gente melhor do que eu, mais interessante e fisicamente mais atraente.
Espera lá... não. Eu sou interessante, afinal sou! Sou diferente, muito muito diferente! Nunca existe é tempo e paciência para o descobrirem... Sinto-me bem.

Um baloiçar dos pensamentos...
Um texto antigo que quase me fez chorar...

quarta-feira, 14 de março de 2012

A genética do Eu...


Genes que transportam informação?
ADN mais do que um simples código genético?
Inteligência adquira através do ambiente ou através de pais para filhos?

Já falei sobre este assunto noutro post, As borboletas que voavam "sem querer", contudo é um assunto que deixa algumas perguntas com respostas um pouco ou muito paradoxais, a não ser que aceitemos as duas...

Podemos assumir, pensemos assim, de que existe informação guardada em qualquer parte do nosso corpo, olhos, braços, coração, pernas, pele, fígado, rim, genes... e como retrata o filme: The Eye. Podemos começar a pensar que de uma certa forma, até já aconteceu com alguém, ou ouviram alguma história do género. Eu lembro-me de ter visto num programa de TV americano, de um senhora a dizer que desde que o marido tinha recebido um transplante de coração, não era o mesmo, punha a hipótese de ser um efeito da operação e dos comprimidos, mas... ela sentia que algo não estava bem, e que... quem falava com ele, se parecia muito com o senhor que lhe tinha doado o coração. Existe realmente informação "escondida" ou espalhada pelo nosso corpo?

Em tempos, e ainda hoje tenho, uma certa teoria de que, os nossos filhos terão as capacidades que eu tiver na hora da concepção. Assim como a da minha mulher. Teorias são só teorias! Exemplo disso é o DragonBall, que pelo que percebi, cada vez que o Songoku tinha um filho, o seu filho nascia com a força que o pai tinha no momento em que o "criou". Se ele estava no nível 10, o filho nascia com 10, independentemente de o pai ter demorado para lá chegar. Se tinha nível 100, o filho nascia com nível 100. Era essa a razão de ficar sempre impressionado. Escusado será dizer que só vencia aos filhos porque tinha técnica.

Os genes transportam então informação? Transportam muita informação, cor dos olhos, cor dos cabelos, doenças generativas, feições do pai e/ou da mãe. Basta olhar para os filhos e para os pais. As pessoas estão "sempre" a dizer que se a criança se parece com o pai ou mais com a mãe, com o avô ou... o vizinho do lado.
Se os genes passam informações, como nomeadamente as feições dos pais, não é de todo descabido acasalar dois atletas de alta competição de atletismo para criarem um feto com capacidades e habilidades muito superiores aos pais. Neste caso, cruzar dois corredores de 100 ou 1000 metros, daria uma criança capaz de correr os 1000 metros sem muito treino, pelo menos é isso que fala o filme: Rios Vermelhos. Onde existe uma selecção de indivíduos para obterem um "supra-individuo" mais apto, mais capaz, mais inteligente. Era essa uma das ideologias de Hitler ao criar ou perpetuar a raça ariana. Vi também um documentário sobre o assunto,  Segredos do Pedigree (ver documentário). Não falavam muito nos humanos, mas mais em experiências com animais. Algo feito em laboratório e através de processos naturais. Tinham conseguido através de uma selecção natural, em lobos, anular o gene que causava a raiva ou "desconfiança", não estou recordado de momento, originando assim lobos meigos e mansos.

Pode-se dizer que existe informação que é passada através do ADN? Sim, isso é mais do que sabido, dá-se na 4ª ou na 5ª classe. Porém a pergunta aqui é outra. É possível passar inteligência, pensamentos e outros tipos de capacidades através do ADN?
Segundo outro documentário, que fala sobre a doação de esperma, onde a mulher escolhe o dador consoante é rico, médico, matemático, físico, bem sucedido, saudável, atleta. Pode realmente ser verdadeiro que tudo passa de pai para filho, mas esquecemos-nos de uma coisa importante. O ambiente em que a criança nasce, é tão ou mais importante que as próprias características de ambos os pais?
Basta um passeio, um filme, uma música, um dia de chuva, um corte num dedo, uma queda, e toda a criança deixa de ser o que era. Como já referi antes em Uma Semente Invisível....


O ambiente é importante, e talvez o mais importante na educação e formação de um bebé/criança. Segundo o livro "A Inteligência aprende-se", um ambiente rico em estímulos permite ao bebé ter mais experiências, que o preparam e que lhe dão a conhecer melhor o mundo que o rodeia. Proporcionam-lhe novos toques, cheiros, texturas, sabores, interacção entre o seu corpo e os objectos que "deseja".
Sabemos que uma criança/pessoa é feita pelos momentos e "decisões" que fez ao longo da sua infância/adolescência. E um bom "adulto", está sempre a aprender e a crescer. Também sabemos que os genes contém informação, e segundo a teoria "A Origem das Espécies" de Charles Darwin, o gene/animal mais forte, capaz e apto é o que sobrevive. Como "gene" e vírus que sou, não quero partir deste mundo sem deixar algo melhor do que eu, e capaz de deixar ainda melhores descendentes. É a lei do mais forte. Se a passagem de genes significa evolução, e o simples facto de os genes passarem de pais para filhos, ser cada vez menos necessário tomar injecções contra vírus ou que ao perder uma mão, um ser humano adapta-se sempre à ocasião, e é então capaz de pintar com o nariz, com a outra mão, com os pés... é uma prova irrefutável da nossa existência como seres humanos. É essa a razão para sermos uma das espécies que explora e vê o mundo como nenhuma outra criatura. Graças à evolução e à selecção natural, conseguimos surgir. E porquê? Porque somos seres que nos começámos a adaptar rapidamente a um mundo em mudanças, somos versáteis, tornámos-nos mais inteligentes, por uma série de razões e factores.

Existe um documentário "As Origens da Linguagem - Do Grito à Fala", que explica a evolução da nossa fala, é uma série, por isso explica muitas outras coisas. O facto de falarmos com nós próprios, e teoriza-se que assim foi, permitiu-nos evoluirmos cerebral mente. Não significa que quem fale sozinho seja um génio, o tema de pensamento é também muito importante para a criação de uma mente capaz e sã. O facto de termos "neurónios espelho" implica aprender com a visão, mais do que com o "fazer para aprender". O que significa que uma criança pode tornar-se quase em "qualquer" coisa apenas e "só" pela visão. Como muitos psicólogos e médicos dizem, o cérebro de um bebé é como uma esponja nos primeiros 3 anos de vida. Tudo o que puder absorver absorve. E é importante referir que, ainda que não se note uma mudança a curto/médio prazo, poderá ter implicações futuras. Como li num revista "Pais e Filhos", o simples facto de o bebé sentir a presença de uma pessoa no mesmo espaço, fornece-lhe emoções, as tais experiências e estímulos. Como também referem, um bebé/criança é capaz de perceber o estado de "humor" do pai e/ou da mãe, quer pela presença, quer pela maneira como olham para ele. Uma das coisas que nós humanos nascemos, e o mais extraordinário, é a facilidade com que conseguimos "ler" caras. Basta olhar-mos para alguém caminhar de cabeça baixa ou ver umas lágrimas na sua cara, que conseguimos perceber se está triste, pensativo, chateado ou feliz. Como também referem e bem na revista "Pais e Filhos" edição de Fevereiro 2012 Nº 253, as mulheres tinham o papel de perceber e tecer o meio social que as rodeava. Mais do que isso, digo-o eu, são seres que preferem manter contacto visual durante uma conversa, e fazem-no sem pensar, enquanto que um homem é capaz de desviar o olhar e estar a ouvir à mesma a explicação. Quando ainda caçávamos nas florestas ou nos campos abertos, precisávamos de nos concentrarmos no animal do que nas feições da pessoa, que é o que todos nós usamos quando falamos para alguém, incluindo os gestos. Resumindo, as expressões faciais são muito utilizadas e os "neurónios espelho" ajudam a perceber melhor o que a outra pessoa está a fazer. Neuromarketing, Citizens Under the Influence?


Relativamente ao ADN, num episódio da série "Ancient Aliens" série 3, onde várias pessoas afirmam que o nosso ADN foi alterado por Extra-Terrestres, para proveito próprio. Criarem uma espécie capaz de se adaptar e aprender depressa. São teorias, mas qualquer teoria tem o seu valor. De uma certa forma explicaria algumas coisas, mas não os esqueletos descobertos dos nossos ancestrais símios, homo-erectos e Homo Sapiens, para não falar dos Neanderthals. Não somos só nós que existimos, apareceram muitas outras espécies que acabaram por se tornar extintas. E a razão, é a passagem do gene mais forte. Basicamente o que aconteceu, foi uma fusão. Foi, ou talvez tenha sido, por isso que na altura em que a Peste Negra apareceu na Europa, muitas pessoas não ficavam infectadas.

Falta falar ainda num ponto interessante. Se eu nascesse noutro ponto do mundo, continuaria a ser como sou hoje? Talvez não fosse bem bem igual... mas permaneceria com algumas características que me identificam como sendo o Paulo?
A resposta é um bem redondo: Não!
Porquê? Porque os pais teriam de ser os mesmos, as condições que fomos criados teriam de ser as mesmas, os amigos, as músicas, o ambiente, os passeios, as conversas, os professores... O simples facto de eu nascer na outra ponta do mundo, e se calhar nem é preciso ir tão longe, basta pensar como seria se em vês de ter nascido/criado na Mealhada, tivesse nascido/criado em Coimbra, eu não estaria aqui agora. Porquê? Porque os pais teriam de ser os mesmos. Independentemente de estarmos a falar de eu ser igual ou parecido ao que sou hoje. Estamos a falar só sobre EU, as minhas feições, o meu corpo, o meu cabelo, o meu nariz, as minhas mãos. Bastaria um sitio diferente e nunca teria nascido. Mas vamos supor que os pais eram os mesmos. Haveria algo que viesse nos genes? Vamos dizer que sim. Cá fora, acontecesse o que acontecesse, eu tornar-me-ia o que sou hoje? Se os genes por um lado são uma "caixa"/uma personalidade do meu Eu já criada, o ambiente à minha volta não iria alterar essa caixa? Bem, podemos dizer que de certa forma seria um caminho, mas não me impediria de saltar para dentro da caixa e seguir o que o "meu instinto" me diz para fazer.

Serei parte genes, parte ambiente. Agora que nos apercebemos melhor, sabemos que cada um é diferente "à sua maneira", contudo, existem modas. Existe "marketing neuronal", como vimos mais a cima. Todos fazemos as mesmas expressões, "todos" somos influenciados pela sociedade que nos rodeia. Os nossos cérebros estão preparados de uma forma misteriosa para agir em conjunto e não isolado. Não prova a existência de deuses, prova sim a pré-existência de uma exigência feita pela natureza aos nossos antepassados. Ou vamos com o grupo ou morremos à fome. E isso ainda hoje se pode ver nos animais. Quando migram, migram em conjunto, excepto excepções. Como podemos ver no documentário: Grandes Migrações.

Continua...

terça-feira, 13 de março de 2012

É ódio...



O meu pensamento, tem-me invadido com a palavra "psicólogo" e com a frase que a complementa: "Preciso de um psicólogo".
Preciso (?) de ir a um psicólogo, mas tenho de pagar, até na escola... questa merda!?
Numa escola onde pago 100€ de propinas, não tenho direito a um psicólogo?

Preço:
  • Alunos: 5,00 €;
  • Funcionários (docentes e não docentes): 15,00 €;
  • Familiares Directos: 25,00 €;
5€?! Porra, que merda de atenção! E vou pagar 5€ quando sei que não me vão fazer nada? É só para falar e não para desabafar! Se é para desabafar, prefiro estar calado! Ou despejar tudo no blog.

Sim, quero olhá-lo nos olhos e saber que não pode fazer nada para me ajudar, porque eu não quero ajuda!
Sentir-lhe a impotência nos olhos, no corpo, na respiração e na caneta... sentir um choro por dentro. Talvez nem haja choro! E simplesmente se esteja a cagar se realmente estou com sorrisos ou com lágrimas. Quer é receber o dele.
Cheirar-lhe o medo à distancia e sentir-lhe o desconforto...

Sou uma pessoa nervosa... Sou, sim.
Cada vez que sai de casa com a namorada e vai dormir lá para cima... cada vez que diz "Boa noite" e ouço a porta de casa fechar, morro um "bocadinho", porque é desejo de amar que tenho no coração, e que cai, porque não tenho quem amar e quem me ame.
Quando vou no comboio, não falo com ninguém, quando venho para casa ou vou para a escola, fico simplesmente sentado ou em pé, a olhar lá para fora; A "esboçar" um pequeno sorriso de cada vez que "descubro" alguma coisa que antes não percebia, ou não tinha visto. Fico focado lá fora, mais do que na parte de dentro, não ouço nem presto atenção, às vezes desligo-me e tremo, aperto uma das mãos com força e sinto a raiva que cresce no peito desaparecer, às vezes tremo as mãos, só para não ter esse sentimento. Parece um peso no peito. Preciso de soltá-lo, tremo a cabeça ou respiro fundo, não digo que sou nervoso, quer dizer... não tenho nada que me enerve em especial, "qualquer" coisa me põem assim. Na estação baixo a cabeça e penso em negro, com ódio e raiva, e volto a tremer. Basta ficar tímido que fico diferente, bruto, fujo, à pressa. No comboio, é um exemplo, só não calco ninguém porque não o desejo, mas saio com toda a força.

Ainda à horas ou  à dias (ontem), vi um trailer de um filme/documentário "Como Morrer em Oregon".
Morte/Suicídio assistido. E pensei... se me deparasse com a possibilidade de poder acabar o que faria? Levava avante no final? Uma parte de mim gritou um pouco, não. 35% gritou de tristeza e saudade... 65% gritou de dor, de raiva, de... desejo sem pensar.

Tenho um grito cá dentro que gostava de fazer sair, mas tudo me ouve, e eu odeio!! Estou preso na minha própria mente. Estou sozinho no mundo...
-- A sério? Porque será?
Das que conheci, pelos vistos não conheci grande merda!
Uma pessoa dá tudo o que tem a quem ama, e arrancam de mim à catanada tudo o que tenho, sinto e sou, com impinjimentos e jogos psicológicos.
Tanta palavra e nenhuma delas vale um peido!!
Não vejo nem ouço, é um mundo que odeio, respiro fundo, tremo e volto a odiar! Quero sair dele e não consigo, ainda não... talvez.

-- "Jesus cristo!" volto eu a ouvir, não podem antes dizer que sou bonito e pôrem-me um sorriso na cara?! Ao invés de andarem a gozar e ainda para mais na frente das pessoas?
Se o ódio que tenho se transforma-se em físico, apertava-lhes o pescoço à força!!! Até a cara virar roxa, sem ar, e sentir-lhes o medo estampado no rosto fugir-lhe pelos olhos...

Odeio bater em animais, odeio magoar animais, não sou assassino, nem psicopata.
"Sofro", acho eu, por tudo e por nada.

Odeio porque posso!
Escondo porque posso!
Tenho raiva porque posso!
Critico porque posso!

Raparigas, rapazes, homens, mulheres....
Não há nenhum que passe por mim e me julgue. Será de mim? Do meu olhar? A culpa é minha, eu sei... O que estou farto de dizer? São surdos?!
Não é stress, não é falta de tempo, não é falta de presença, não é falta de carinho, não é falta de respirar, nem falta de andar...
É falta de ser!
É falta de ser amado!
É falta de correr!
É falta de sonhar!
É falta de obter!
É falta... faz falta, tudo.

Pai, nem tentes comentar, porque não vou ouvir!
E tu! Nem sequer fales! Não morres-te? Mas estás lá perto... "fode-te!", não foi o que sempre disseste?
Tanto amor, tanta merda, tanto gozo tanto ódio... Tanta palavra e nenhuma delas vale um peido!!

É amor em melodia que vejo cá dentro, é ódio que passo lá para fora, por de trás dos cabelos, dos ombros, das calças, do casaco, do olhar... do MEU olhar...

É ódio... consome-me, rasga-me, choro e ele não pára, luto e ele vence, eu deixo que vença, pelo menos faz-me sentir vivo, faz-me sentir acompanhado, faz-me sentir que sou alguém... EU TENHO VALOR!
Terei? Quero que se foda, não olho para ti só porque sorriste, só porque és pequeno ou gosto do teu sere exterior, não olho porque nada é importante, porque eu não quero que seja importante, quero que seja irrelevante, interessante, não "mais um", mas "um"! Tudo em mim vacila, tudo em mim grita, tudo em mim chora, por fazer o que faço, e pensar que sou alguma aberração, algum monstro...

Antes de entrar para a aula de TAC, um rapaz que nunca vi na vida, e que nem cheguei a saber que era, como sempre, deve ser algo típico de quem goza, disse quase em voz alta algo do género: "Está ali Jesus Cristo" ou "Está ali Cristo". Olhei e não vi ninguém, apenas 40 pessoas à minha volta... saberá ele o que isso faz a uma pessoa? Tem consciência sequer!? Tanto ódio na ponta dos dedos, tanto ódio no peito, que só pude apartar-me com força...
Entrei na sala, e sentei-me  na primeira fila, no primeiro lugar da esquerda, mais ninguém se sentou ao meu lado, e eu, ali fiquei, na primeira fila, ouvi alguém a rir-se, e passeio 1h, sentado, sozinho, numa fila, numa sala, e eu era, e era o que mais me agradava, poder ser olhado pelo o professor...
O que tinha feito eu de mal? Serei feio? Cheiro mal? Sou estranho? Sim... sou estranho, sou UM e não "mais um", talvez não me aceitem ou não me compreendem, e então a única coisa que sabem fazer e solucionar nas suas cabeças vazias, é afastarem-se. Afastem-se! Mais!

Sou deficiente? Sou mal criado? Sou... atrasado?
Tanto fascínio por mim, tantos "parabéns pelo blog", que não foram mais do que 2 ou 3, tantos "gosto do que escreves"... será simplesmente porque não têm mais nada que fazer?! Será que percebe sequer o que escrevo ou o que quero dizer?? Sou um gajo muita fixe, mas é só destas páginas para dentro, porque para fora, olham-me de lado e perguntam-se: "De onde é que saiu este parvalhão?!".

Fiz mal a alguém? Eu acho que já fui feliz... acho.
Tenho uma ligeira impressão que uma professora me costuma ler, será mais ouvir, talvez? Se for o caso, gostava de lhe dizer que adorava as suas aulas, principalmente quando uma vez fez toda agente ir ao quadro, e a minha letra ficou feia e torta... acredite que esse pensamento ainda me persegue. E sim, você é do ISEC.
Tudo entra... e nada sai da mesma maneira, nada é esquecido, e talvez aligeirado. Tudo tem impacto, não porque eu quero que tenha, mas porque é assim que sou, agora, e espero sê-lo para sempre!

I'm not jesus mummy...

segunda-feira, 12 de março de 2012

O que fiz eu...


O autocarro ia cheio, e uma rapariga que tentava sair, não teve tempo de chegar à porta. Ela pedia ao condutor para esperar um pouco, mas o barulho era muito, ele devia estar com algum phone posto e com a atenção no resto das horas que teria de fazer até sair.

Não o censuro, afinal são 8h a trabalhar, sentado, mas o melhor que ele tem a mais que alguém na mesma situação, é que pode conduzir por Coimbra.

Nem a voz tímida(?) da rapariga, impediram o motorista de continuar a marcha. Virou o volante, e foi quando tudo começou a olhar para o motorista, à espera que ele tivesse ouvido. Mas ninguém disse nada, e o motorista não parou. Ganhei coragem... ainda que tudo me tenha passado num milésimo de segundos pela cabeça, a ponderar se dizer alguma coisa, ou esperar que o dissessem. Gritei:
-- Há aqui gente que quer sair!
Parou, abriu a porta e a rapariga saiu. Foi quando comecei a pensar: "Será que gritei alto de mais? Que vergonha...". Mas ninguém dizia nada! Alguém teria de dizer. As conversas continuaram normalmente, como se nada tivesse acontecido.

Aquele pensamento seguiu-me o resto da viagem... será que marquei uma diferença? Nas pessoas, no motorista, na rapariga? Terá ela ficado agradecida? Ou irritada por não ter sido ouvida? --"Não tenho voz?" deve ter ela ficado a pensar. --"Sou mesmo tímida! Tenho de ter mais coragem!".
Será que marquei mesmo uma diferença? Será que fui diferente? Já não era a primeira vez... na semana anterior, também tinha "gritado" para o motorista, a pedir para sair pela frente, quando a voz de uma rapariga parecia não ter sido ouvida.

Faço falta?
Sou importante?
Marco a diferença?
Tenho valor?
Tenho voz, mas... continuo a não ser ninguém.
Não me sinto importante nem relevante ao mundo... e se não o sinto é porque não o sou realmente.

Num oceano de 6 biliões de gotas, o que sou eu? Nada! Mas se mais ninguém estiver neste mundo, não haveria oceano...
Mas também poderei estar a tirar oportunidades a pessoas incríveis por ainda estar vivo, ou sequer ter nascido.
Com a banalidade que qualquer pessoa hoje em dia tem internet em casa, cada um tem voz, mas serão importantes? Mais importantes do que eu? Menos? São uma moda que vende mais e mais. Eu não faço parte dela, estarei a estragar alguma coisa? Talvez o equilíbrio da sociedade? Como um efeito borboleta.

Faço parte do mundo? Mereço viver nele? Eu não quero...

Eu penso que fiz algo que ninguém se atreveu a fazer, será que demonstra que tenho voz? Que tenho personalidade? Que tenho confiança? Que sou alguém? Como é que as pessoas me terão visto? Um gajo cabeludo, seguro a um ferro, com cara de "zangado"... que raio de pessoa!
--"Se estivesse morta era indiferente para mim, desde que não fosse eu!". Na mente das pessoas não passo de mais um que aqui anda, mas talvez lhes tenha dado algo que não recebam todos os dias... talvez.

Quem sou eu para me achar "importante"? Não é isso que vejo nos olhos de quem me amou ou me ama...
Se não o sinto, é porque não o sou.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Uma semente invisível....



A inteligência de uma criança é proporcional à inteligência dos pais.

A capacidade cognitiva de uma criança é proporcional à capacidade cognitiva dos pais.

Uma criança, e qualquer outro tipo de ser, aprender com a interacção de um ou mais indivíduos.
Pais ausentes, tendem em dar prendas e não carinho. Ouvi aqui à uns dias no comboio umas senhoras de idade a dizerem que os seus filhos, agora pais, não sabiam ser pais. Não sabiam educar, nem dar carinho, não proporcionavam um ambiente familiar. Eram pais "ausentes", e o carinho que não davam era compensado com brinquedos e prendas. O pior de isto tudo, era de que quando tinham tempo para as crianças, não lhe davam atenção. Ficavam antes no computador ou a ver televisão, aqueles programas que não interessam nem "aqui" ao menino jesus cristo.

Se os pais não são confiantes, não demonstram confiança. Se os pais não são inteligentes, nem falam como pessoas responsáveis, ou inteligentes, ou com responsabilidades, os filhos, também tenderão em tornar-se assim, e afirmo que é difícil sair-se desse estado vegetativo, de não educação.

Se um pai não dá atenção a um filho, esse filho terá dificuldades em interagir ou sequer estar atento ao que está a fazer. Fica ansioso, distraído, com medo, e com stress.

Se os pais não fazem por iniciativa própria algo educacional, ou que exija expor a mente a novas ideias, ambientes na natureza, como um passeio, apanhar flores, fazer amigos, os filhos terão dificuldades.
Dependerá E MUITO! da educação desde que são bebés, até à idade +/- dos 14/15 anos.

Uma personalidade forma-se desde muito cedo. Influenciado por tudo o que acontece à sua volta, a criança é rodeada de experiências, descobertas, sensações, jogos, obrigações, pessoas, risos, amigos, livros, musicas, filmes, pelos pais, ambiente em casa, tempo passado a ler. Nada o é por acaso, tem uma razão de ser.

Estou farto de falar nisto no blog, mas falo porque é algo que vejo constantemente em falta.
Uma relação de namoro, não é namoro, deixa de o ser a partir do momento em que não existe motivação em conhecer a outra pessoa, em saber o que faz, o que já fez, porque é assim, onde não existe interesse em a aceitar. Se não há desejo pela personalidade da outra pessoa, então as prendas de anos, as sms de bom dia, ou a presença física de dia sim, dia não, não é nada. Tudo acaba por perder o seu valor, e uma "relação de amor" deixa de ser relação para passar a ser convívio. Onde uma pessoa está com a outra por amor, e a outra por interesse.
O mesmo acontece com as crianças. Se não existe vontade em estar com os filhos, em lhes ensinar, instruir, educar, fazer viver, criar experiências, sentir emoções e aventuras. Dar-lhes a conhecer o mundo ao longo dos tempos da sua infância até à sua fase adulta, então, a causa-efeito tratará em criar crianças sem capacidades cognitivas. Não serão crianças, mas sim bebés obrigados a crescerem depressa de mais.
Porque os pais hoje em dia, de hoje e de sempre, têm um filho. Nasce e de imediato obrigam-nos a comportarem-se como homenzinhos. É um quase obrigar a saltar a sua fase de infância, para a fase adulta. E hoje então vemos crianças com 10 a 16 anos, a fumar, a beber, a ter relações sexuais. Que não sabem o que é um preservativo, o que é a SIDA, ou outro tipos de doenças que são causadas pelo fumo, pela partilha de seringas, etc etc.
Não são crianças, são bebés obrigados a agirem como adultos. É feio dizer isto assim não é? Talvez agoniante de se pensar, mas é cada vez mais uma realidade. As crianças não têm tempo para serem crianças.
Se uma criança não tem um ambiente calmo e repleto de amor, onde não pode ser criativo, nem ser o que nasceu para ser os primeiros anos de vida, então os pais não estão a ser pais. Uma criança precisa de atenção, amor, carinho, compreensão, conversar, ser ouvida, ser ensinada. Também estão fartos de ouvir isto...

Das revistas que tenho podido ler, quase todas referem uma "forte" presença dos pais nesta nova geração. Bem... eu acho completamente o contrário. Existe uma minoria, sim, como sempre ouve, mas a geração de pais ausentes das vidas dos filhos mas presentes em casa, sempre haverá. Eu, na minha plena consciência, sou um pai presente, que tem amor pelos filhos, que tem desejo, que tem sonhos, que tem vontade. Também não é novo o que estou a dizer...

Resumindo algo que estou a tentar explicar, e algo que já o referi muitas vezes, as crianças serão (até certa idade) o "espelho" e a influencia dos pais, do mundo que as rodeia e da nicho de sociedade em que se encontram. Existe uma causa-efeito. São sementes que se plantam, quer consciente, quer inconscientemente, ou impingidas, como por exemplo a igreja/religião. E aquilo que absorvem hoje, terá impactos profundos no futuro. Apenas não sabem...

Um passeio com os filhos à beira mar, não é só um passeio...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Sem mim...



Tanta conversa para ter, tanto para partilhar, mas já não estava no mundo, a pessoa que as tornava fascinante...
O mundo perdera, uma visão diferente de ela mesma.