terça-feira, 29 de maio de 2012

Mesmo com amor...



Mesmo com amor, eu continuo a desejar nunca ter nascido.
Continuo a desejar morrer e matar-me.
Continuo a sonhar com o dia que parece demorar.
Continuo a suicidar-me vezes sem conta... esteja onde estiver.

Para mim não é fraqueza. Para mim, desejá-lo, não é desistir.
Eu sou consciente do que faço nesta "terra".
Eu sou consciente do que tenho para dar ao "mundo". E eu não tenho nada, porque não sou ninguém.
Ninguém faz de mim gente. Ninguém faz de mim importante. Ninguém faz de mim maduro, se eu não o fizer por mim.

Qual é o objectivo?

Nunca devíamos ter descido das árvores. E tudo se tornaria num mundo melhor.
Não havia zangas, não havia stress, não havia dividas, não havia tristeza, nem frieza. Não havia inimigos nem segundas intenções. Fomos a melhor espécie que já pisou esta terra, e tornámos-nos na pior merda com duas pernas.
Não, não tenho orgulho do que alcançámos como espécie. Os prós e contras tornam-se o oposto da anti-matéria e da matéria. Em que no fim, havia mais matéria que anti-matéria.

Sim, realmente desejar não só a minha morte mas também a de todos deve-vos fazer odiar-me.
O amor que sinto, talvez nem seja deste mundo, e até a minha própria mente, devia ser estudada por psicólogos, mas eu não tenho cunhas nem dinheiro. Talvez devesse ter andado numa escola privada, mas os meus papás não têm dinheiro para esse tipo de caprichos. Talvez me devesse ter faltado mais motivação para estudar e menos brincadeira, mas o meu pai preocupava-se em fazer-nos felizes enquanto era-mos crianças e a minha mãe em nos tornar educados.
Era-mos o orgulho. Era-mos calados. Era-mos educados. Era-mos "inteligentes". Era-mos diferentes.
EU... sou diferente.

Aquilo que eu me tornei, aquilo que eu tive, aquilo que eu vivi, aquilo que eu senti, aquilo que me ensinaram... foi e é, a melhor coisa que me puderam dar. Que me souberam dar. Que eu pude aprender e compreender.
Não sou o melhor aluno na escola, não sou o mais inteligente... mas tenho amor pela minha namorada!
Tenho amor e desejo por quem me ama e respeita.
Sei ser criança e maduro. Hoje sei que estou melhor. Hoje... sou melhor.

Quer acabe ou não a universidade, quer chegue ou não longe na vida, pelo menos, saberei que fiz o melhor com aquilo que tinha. Saberei que dei o melhor. Que fiz o que achava correcto.

Morrer... como sempre escrevi por aqui, é um desejo. Uma questão de tempo. Uma data no calendário.
Eu disse aos meus pais que desejava nunca ter nascido, e não me arrependo nem me dá nenhum nó na garganta. Voltarei a dizê-lo.
Se um dia os meus filhos me o disserem, da mesma maneira que o disse aos meus, as coisas serão diferentes. Não fiz nada de mal. Fiz algo de bom. Não criei nem eduquei crianças com problemas psicológicos, mas crianças capazes de chegar muito, mas muito mais longe. Com ou sem a minha ajuda. Poderão chegar onde não cheguei. Poderão sentir o que nunca senti. Poderão compreender o que nunca tive tempo nem capacidade.

Não quero criar filhos prodígios apenas e só com capacidades académicas. Com as melhores notas, com as melhores relações. Quero criar filhos conscientes e maduros. Inteligentes e com a sua mente a pensar fora da caixa. Serão os meus filhos. E terão a melhor mente que alguma vez alguém poderia conhecer. A melhor mente com que alguém poderia conversar e aprender.

Não quero nem ambiciono prodígios. Ambiciono crianças capazes de serem mais e melhores do que as outras. Tal como eu sou. Narcisista e com a capacidade de amar que mais ninguém terá neste mundo. Com a capacidade de aprender e crescer. De atingir metas de consciência que eu nunca fui capaz de atingir com a minha idade. Desejo crianças conscientes e com capacidade cognitiva, filosofa e psicológica acima de tudo e todos. Os meus filhos serão melhores do que eu.

E é nisso que me impele continuar a acordar de manhã. É isso que me faz continuar vivo. É isso que me tira da tristeza que é não conseguir compreender a matéria em tempo recorde, acabar trabalhos, e ter sempre na cabeça que todos os meses tenho de pagar 160€.
Se vivesse uma vida desafogada, nunca envolta em merdas e preocupações, talvez eu crescesse muito mais. E nunca me irei cansar de falar de ti, pois da outra nunca parei até me mudarem de rumo.
E vou-te ser sincero. Ainda te amo e não é mentira. A outra também sabe, e aceita. Mas é por ser demasiado estúpido que ainda sinto por ti.
Sou um ignorante de merda, um inconsciente com o amor e as relações. Sou muita estúpido e de capacidade lenta. Por achar que ainda teremos alguma coisa.
Parvo eu, a pensar que fazes estas merdas todas só para ver o que é que eu digo. Para ver o que é que eu faço. Parvo eu a pensar que ainda me amas mas que não queres admitir... quando a realidade é que já mudas-te de banco, já mudas-te de parceiro, de homem, de pila e de cheiros. É tão bonito, é tão fácil amar não é?
Não sou como tu, sou melhor. E tal como eu, serão os meus filhos.
Demore o tempo que for preciso para te esquecer, que não será com a mesma facilidade fria e insípida que tiveste, acredita que eu serei muito diferente e muito melhor para a minha namorado do que alguma vez fui para ti.

Eu estou feliz, sou feliz e fazem-me feliz. Se me amas? Se fosses madura e responsável? Se fosses verdadeira contigo mesmo, se é que realmente me amasses, deixavas-te das tuas merdas e dizias-me. Mas tu és como todas as outras raparigas... amar não é contigo. Nem aprender, nem crescer, nem ter consciência ou aceitar... se não te sabe bem, deita-se fora. Como costumas fazer com o litro de leite que deitas fora quando acabas de comer os teus cereais. Sabe bem viver desafogada não sabe? Sabe bem poder ter tudo e qualquer coisa.
Não me custa falar, porque eu pelo menos, aprendi uma coisa desde muito cedo. Se não falar, se não perguntar apenas e só por ter vergonha, perco tudo o que mais gosto.
Quero e vou esquecer-te quando sentir que fiz de tudo para voltar. Mas... voltar para quem? Para o quê? Com que desejos? Recebido de braços abertos ou com uma cara ainda mais fria do que aquela que vi pela ultima vez? Os teus amigos... se fossem gente madura, ao invés de tentarem gozar comigo, estavam calados e de mente bem aberta para compreender e perceber o que nunca irão ter. Vocês perdem. Eu só tenho a ganhar de cada vez que penso em ti, ou falo de ti.
Fosses tu uma mulher que realmente me amasses até ao fim como me escreves-te, me disses-te e me fizes-te sentir, e falarias para mim. Medo? Medo de quê? As coisas não seriam iguais, mas não haveria razão para não funcionarem. O comodismo faz-te mal. E andares sempre a trocar de namorado, faz ainda pior. Sim, porque tu esqueces rápido e nunca aprendes nada com isso. Mas espero, sinceramente, estar errado.
És uma rapariga difícil, mas eu também sou. Sabes ser fria, mas eu também. Sabes manipular mas eu também sei. Amas? Eu sei amar. Mas estou diferente, muito diferente...
Da mesma maneira que eu não te reconheço, tu não me reconhecerias a mim.
Só quero que aprendas e te tornes na pessoa que sempre desejei que te tornasses desde o inicio.
Omitir? Mentir? Calar-me? Perco eu e toda agente que me lê. Perco eu e os meus filhos um dia quando lerem os meus textos. Sejam maus ou bons de se ler. Sejam depressivos ou felizes, são os meus textos, as minhas visões do mundo, os meus sentimentos. E deles não abdico.
Pelo menos eu tento fazer uma coisa... consciencializar as pessoas.
Posso não vir a ser uma grande merda no futuro, mas serei melhor que o meu pai e a minha mãe. Posso não acabar a universidade, que por minha vontade, continuarei lá, sem desistir, até a terminar, mas pelo menos terei e saberei dar o que nunca ninguém deu à minha namorada.

Os animais não vão à escola, não têm cursos, não usam palavras, não expressam amor nem sentimentos, não escrevem poemas e até podem nem pintar quadros... não têm objectivos nem sonhos ou ambições como nós, humanos, mas são os melhores de que existem no mundo. E quando acasalam, grande parte deles, é para toda a vida. Coisa que tenho dificuldade em ver nos casais que passam por mim. Que julgam saber tudo sobre as relações inter-pessoais, sobre os defeitos, sobre os erros, sobre as palavras rasgadas, e as falhas que têm, criam e causam na relação e não vêm. Não sou totalmente consciente, mas deixei de ser um garoto à muito tempo! Deixei de ser o namorado que tu tiveste à muito tempo. Não sou o outro, não sou o antigo Paulo, nem sou nenhum puto estúpido que tu vês, vias, ou gostas de pensar que eu era só para te sentires melhor.
Não sou. Falo de ti e das próximas e sabes porquê? Eu conto-te... para que para além de eu crescer, também os outros possam ver nos meus erros, nos meus problemas, nas minhas relações, no meu amor, a razão do seu namoro ou casamento estar em ruínas. De compreenderem e serem capazes de transformar as coisas más em coisas boas. Hoje por eles, amanhã por mim. Não é o que se costuma dizer quando se deixa passar a ambulância?
Não perco nada em falar de ti, até porque nem estou a falar mal, estou-te a consciencializar, a falar para ti, se quiseres ouvir. Mas também estou a "ensinar" aos outros. Principalmente aos meus filhos...

Julgas que perco por ser assim?
Julgas que perco por dizer o que digo?
Julgas que perco por falar de ti ou do que me incomoda ou me deixa triste?
Só aprendo e tu nem sabes o quanto...


Mesmo com amor... mesmo ter crescido, ter aprendido e ter-me tornado melhor e muito diferente. Anseio morrer de veias abertas e com um nó na garganta.
Não sou eu que desapareço do mundo, é o mundo que desaparece de vocês...
Eu faço cá falta, mas estou-me a cagar para isso, para ti e para vocês.
É tão bom viver feliz não é?
É tão bom ser-se sociável, ter amigos e amiguinhas, ter namoros e namoradas, amar este e aquele. É fácil ser-se cidadão modelo, e não um cidadão único. É bom ser-se aceite...
Tu não gostas? Eu adoro...

Sou criador e não um repetidor!

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