quinta-feira, 17 de maio de 2012

O ódio aos nomes...


Existe uma razão para as pessoas mudarem de nome?
Existe "nojo", "ódio", "medo" de ser encontrado.
Mas existe vergonha?
Associa-se um nome a uma personalidade? A um sentimento? A um desgosto? A manias de uma pessoa com quem convivemos ou interagimos?

O nome Paulo, faz-me lembrar de todos os Paulos que conheci na vida. E estatisticamente, eram todos tansos. Fracos de mentalidade e intelectualidade. Comuns dos comuns. Sem consciente daquilo que a sua mente poderia alcançar. Pensavam ser maduros, mas pareciam ser/eram muito amigos e gostavam de ajudar. Calados e no seu canto.
É isso que eu vejo quando penso a fundo no nome Paulo. Um conjunto de anomalias, digamos assim, de um individuo incompetente, fraco, pouco inteligente e desenvencilhado.
Não me acho um Paulo normal, e nem o nome é rotulado da mesa maneira. Não por mim! O meu Eu encarrega-se de o colocar o mais alto e distante possível desta "cadeia alimentar". Deste mundo apático que eu sinto reinar no mundo dos Paulos. Mas tudo é excepção.Porém... têm de ser boas excepções e não simplesmente "diferentes".

Podia falar do que os nomes do meu Nome me fazem sentir, visualizar e lembrar. São imagens e memórias envoltas em emoções, em histórias, em momentos "infectados".

Conheço gente, e não pessoas, que não gostam de todo do seu nome ou parte dele.
Eu não consigo deixar de sentir que sem o meu nome, eu não seria ninguém. Não tinha identidade, um ponto de apoio. --"Eu sou o Paulo, e vou conseguir!" Ainda que eu não preciso de nada disso. Não uso o meu nome, uso a minha mente para me motivar a mim mesmo. --"Faz um esforço! Sei que és capaz."
Vi em tempos um filme As Bruxas de Salém, em que o actor Daniel Day-Lewis grita dos seus pulmões, depois de lhe dizerem que terá de assinar uma confissão em como fez um pacto com o diabo, significando que ele próprio deixaria de puder usar o seu nome, uma frase que nunca me saiu da cabeça desde a altura em que a ouvi por um actor que eu "admirava" (Em Nome do Pai).
"Because it is my name! Because I cannot have another in my life! Because I lie and sign myself to lies! Because I am not worth the dust on the feet of them that hang! How may I live without my name? I have given you my soul; leave me my name!" Video (John Proctor's confession)

É um pouco sensível falar sobre o nome de uma pessoa, agora que vi o video. É algo frágil, não diria que é tabu, mas custa tanto falar como a "morte". Que a mim não me incomoda nada, mas falo pela generalidade das pessoas. Falar sobre um nome, debatê-lo. Penetrar mais fundo das nossas mentes e tentar compreender o que ninguém já mais falou ou pensou ou debateu... Pode ser difícil de ouvir.

Significa que odeiam o próprio nome? Que se envergonham da sua "identidade"? É quase a mesma coisa, se não a mesma, que não saber viver com o corpo e a cara que têm. Demonstra falta de maturidade psicológica do seu próprio Eu que vive nos músculos do seu corpo.
Existem nomes e nomes...
Existe genes e genes...
Como falei em "", alguém que não é capaz de valorizar o seu corpo, o seu nome, é alguém frágil a nível consciente do seu Eu. Que não cresce nem sabe crescer. Que não controla a sua pessoa, a sua vida, as suas etapas. Mas isto nem lhes passa pela cabeça pois desconhece como funciona a sua mente. E se não sabem como funciona a sua mente, é incapaz, são incapazes de compreender a mente do seu companheiro ou daqueles que os rodeiam. É incapaz, então, de amar, de dar amor. Não basta apenas sentarem-se um ao lado do outro, se nenhum se compreende minimamente nem o suficiente para aceitarem e abraçar a mente do outro.

Vi à uns anos, na Tayra Show, em que falavam de nomes e uma senhora da plateia-a disse que achava que as pessoas com nomes estranhos têm tendência em tornarem-se famosas. Pessoas com nomes foram do comum, ou seja, invulgares, parecem abundar por todo o tipo de passerelle, quer seja física, literária, cientifica, pintura, etc.

Se conseguir deixar com que o meu eu deixe de sentir. As minhas emoções ficam confusas e sem saber o que fazer, ou o que sensações me provocar. A minha memória torna-se fraca e curta. Não será do hábito?
Consigo viver com coisas ao qual não sei o nome, mas o que muda?

Deixo de ser eu, ou o meu Eu deixa de saber quem é? É interessante pensar/sentir sobre a perspectiva do Eu e não de mim. Ele não se devia perder. Ele não se devia preocupar com o "seu" nome, quando o que ele faz é processar e encaixar o puzzle das minhas memórias. Mas se eu me perder e não me identificar, localizar, não tiver memórias ou opiniões, o meu Eu descontrola-se. Perde-se.
É estranho e confuso. Chegar a locais tão profundos da minha mente, tentar explicar e dar uma razão, dar uma voz à informação. Perece que quando essa informação passa pela minha zona de processamento, pela minha caixa onde o Paulo habita deixa sempre algo. Perguntas sem respostas, ideias perdidas que chocam e por vezes abrem novas janelas.

O que é um nome? Para além de um "identificador"? No que se pode tornar? Que implicações criam à mente de uma criança?
Porque é que uma laranja se chama laranja? Porque é que a cor laranja se chama laranja? Porque é que um limão não se chama amarelo?
No que se pode tornar um nome? Até onde podemos ir para o debater? Dissecar as palavras em tom, em vogais, em cheiro, em sabores...
Existe ódio, nojo, raiva, tristeza, desconforto num nome... caso contrário não seria difícil escolher o nome de uma criança.

O nome dos nosso namorados(as) são sempre mais bonitos que o nosso...

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Names by Vsauce Vsauce (Youtube) [editado: 8/11/2013]

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