domingo, 7 de agosto de 2016

Se não dás sexo, ao menos sê interessante...

[Chloë Montez - Pinterest]

Às vezes ainda penso em ti, na nossa mentira de "namoro", de amores e discussões "importantes" só porque estávamos "apaixonados". Mas a razão de surgires na minha mente mais vezes do que estarmos juntos, é por seres a coisa mais recente que tive. Porque se não tivesses sido tu, a última, teria sido outra "qualquer".
Não foste o suficiente interessante para me manter ao teu lado. Não deste o suficiente, nem fizeste o suficiente. Não houve nada que tenhas feito que me tenha deixado uma semente, por muito pequena que fosse, para continuar a pensar em ti com desejos e devaneios loucos à noite, com a mesma gula de te ver todos os dias como o fiz durante tanto tempo por estar "apaixonado". Mas não te sintas mal, afinal todos erramos, e aprendemos com os erros. E eu, dei demais.

Mas se namorar é apenas existir, entras então num tédio cíclico para onde arrastas outras pessoas que querem sorrir e abraçar, e tu, por crer ou não crer, te transformas numa estátua fria de pedra áspera.
O que existiu na tua mente para recear amar? Que experiências esperavas partilhar?
Esperar para as ter nunca me foi uma opção, principalmente porque tudo passa depressa demais, e depois da primeira vez, a cena em si, do teu teatro de horrores, de negações e frieza, não passa de mais uma experiência de sentimentos em que dizes Sim ou Não. Se não te queres descobrir sozinha, não dês falsas esperanças a quem sempre te abraçou e te levou a viajar. Ou a quem sempre te quis ajudar a ver o mundo através das experiências que ainda não tinhas. Abrir a mente, por muito virgem que sejas, não deve ser um impedimento para cresceres. Se é só depois do sexo que tencionas amadurecer, não esperes que os rapazes te adorem e se babem todos por ti. Afinal, tu continuarás "virgem" de experiências durante demasiados anos até entenderes que poderias ter feito tudo isso muito mais cedo. Vai por mim, estou a passar por isso e já tenho 26.

Não me arrependo de nada. Do que disse, do que fiz, dos passeios, do amor, do carinho, do dinheiro gasto, o tempo em tua casa, do jantar que fiz, das idas ao cinema. É suposto crescer. Ultrapassar a árvore tombada, subir o muro. É suposto correr, caminhar no mínimo, para a frente; Caso contrario, mais tarde, encontrarás a morte de ti mesma.

Isto é uma crítica para ti, porque sei que vais ler. Mas espero, apesar de tudo, que seja um abre-olhos para a pessoa medrosa que tens dentro de ti. Eu tenho uma também, mas luto todos os dias para me desafiar a desbravar caminho por entre a multidão de pessoas que me assusta, que me olha, que me julga. Se não crescer um pouco todos os dias, não estou a viver, e tu, estás parada no tempo por causa de um medo "virgem" que se chama: Experiência.
Aterrorizo-me com as alturas, mas se não tentar combater a fobia, se não lutar pelo que quero ser, pelo que quero sentir, ter poder de decisão, sou um escravo dos meus próprios medos.

Tu que lês tanto, que vês tantos filmes, foste a pessoa que menos deu e menos tentou coisas novas comigo. Nada do que me fizeste ou do que fizemos, me foi algo novo ou de verdadeiramente interessante e excepcional na vida que levo. Se não foste capaz de marcar essa diferença, mesmo quando te disse que precisavas de a fazer, o que esperas de mim? Um novo namoro? Uma amizade?
Que conversas teremos? Que coisas interessantes teremos para falar?
Se nunca me beijaste por prazer, me abraçaste com vontade, me deste prazer com desejo... o que esperas agora de mim?

Se não dás sexo, ao menos sê interessante...

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