domingo, 26 de março de 2017

Red Room - Show, don't tell...

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A escuridão do pequeno escritório era interrompida por uma dança de luzes, provenientes da televisão parada ao centro, sobre um móvel. O espaço ia-se revelando com a mudança de plano das câmaras no ecrã.
Agarrou no comando ao lado do cigarro sobre um cinzeiro de vidro, e apertou o botão do som. Suavemente, vozes começaram a surgir da pequena caixa de madeira, e a figura forte, sentada numa cadeira de cabedal, cujas costas tocavam quase a parteleira de livros atrás de si, ouvia a entrevista no mais absoluto silêncio.

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Um rapaz novo, de roupa casual aparecia em destaque perante a imagem da câmara, com o seu queixo ligeiramente acima do ombro de uma figura feminina. Sorriu.
-- As pessoas comparam-te à ex-estrela Mia Kalifa, que tal como tu, de um momento para o outro se tornou numa estrela! O que achas a que se deve este sucesso? Consegues explicar?
-- Bem... -- Ri-se ligeiramente envergonhada. A câmara foca a cara de uma jovam de 25 anos, de cabelo escuro e uma cara muito jovem e oval, fazendo questão de fazer sobressair do seu vestido um decote bastante assentuado. -- Tem haver com estas duas armas! -- responde, levantando os seus peitos com ambas as mãos. -- Não é só por causa das mamas, que são "naturais". -- continua, utilizando as mãos para indicar aspas entre a palavra. -- Eu sou uma rapariga que acabou os estudos em Psicologia. Dei aulas durante 2 anos, e sempre fui uma excelente aluna apesar de ser complementamente louca em várias partes do cérebro. Sou uma rapariga bonita, inteligente e muito safada. -- riu-se.
-- Usas-te a expressão "naturais". O que queres dizer com isso? São falsas mas parecem naturais? -- perguntou o rapaz.
-- Fiz uma operação, sim, para aumentar. Foram-me muito caras! Às vezes para termos o que gostamos, temos de aceitar coisas que não são as melhores no momento. Sacrifiquei muito de mim para as poder fazer.
-- Em que sentido? Monetário?
-- Sim, e também a nivel emocional. Tive me mentalizar que uma vez operada não voltaria atrás. Sou uma mulher decidida!
-- Sentes-te confortável com o tamanho delas?
-- Não têm selicone, o que já por si é o melhor. Ao toque são naturais! Não é incrivel!?
-- Foi por isso que foram tão caras?
-- Muito caras! Mas valeram a pena e adoro o tamanho! Sinto que já nasci assim! -- riu-se.

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Um telefone antigo de corda, fez a mesinha tremer, acompanhando-se de um destinto som metálico. A figura pega-lhe com um só gesto e leva-o ao ouvido.
Em silêncio por breves segundos, numa voz grossa e claramente zangada, tentando manter a calma, falou:
-- Sim, estou a ver. Ela fala de mais. Está a atrair demasiada atenção. Façam-lhe uma visita. Dá o trabalho ao Touro. Ele que a faça desaparecer. -- pausou a voz por um momento e continuou. -- Limpo! E segue o jornalista. Quero saber a que restaurante costuma ir comer. -- da mesma forma que pegou no telefone, pousa-o, sem dizer uma única palavra a mais.

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Show, don't tell - Writing tips
Show, Don’t (Just) Tell

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